A importância do erro no ramo científico

por | jun 18, 2018

Ser pesquisador requer algumas características do profissional que pretende seguir essa carreira. Entre as inúmeras que podem ser citadas, destacam-se o interesse pela investigação, formulação de perguntas e busca por respostas, dedicação, tomada de decisões e de riscos calculados e uma eterna vontade de estar na fronteira do conhecimento ou de inovar em ensaios analíticos, processos e produtos novos.  Mas esse anseio por inovação traz consigo também as dificuldades de se descobrir o novo: trabalhar com pesquisa é aprender a errar inúmeras vezes até chegar ao resultado bem sucedido.

 Lendo o texto escrito pelo p.h.D Martin A. Schwartz   comecei a refletir sobre a importância de errar no campo técnico-cientifico. Em seu texto, Schwartz fala de um certo sentimento de “estupidez” que cercam alguns pesquisadores. Sendo ele acarretado, muitas vezes, por inúmeros resultados errados ou não esperados que aparecem constantemente na maioria dos projetos de pesquisa. Ainda que os experimentos, ensaios ou pilotos industriais sejam meticulosamente planejados, tanto estatisticamente quanto teoricamente no plano da química, da biologia e do instrumental analítico/operacional, existe o risco do erro e do resultado inesperado. Por consequência, surge o sentimento de frustração e junto com ele o desafio de saber lidar com esses resultados e com esse sentimento.

Se pesquisar é descobrir algo novo, consequentemente, problemas novos e sem respostas naturalmente aparecem. No fim, a pesquisa acaba sendo como caminhar no escuro, por mais que se minimize os riscos, pois na maior parte do caminho, você não tem certeza aonde vai chegar e se vai chegar, até que tenha o resultado em mãos.

Por mais que pareça ser um teste a seus conhecimentos e o sentimento de insegurança apareça, o ato de errar, tentar de novo, acertar, e logo após errar novamente, implica que todos os seus esforços estão sendo dedicados para esse trabalho.  No fundo, pesquisadores são grandes aplicadores dos princípios da melhoria contínua e do ciclo PDCA, pois planejamos, realizamos, checamos os resultados e agimos, melhorando nossas habilidades técnico-científicas e nossas entregas, seja ela um novo artigo científico ou um novo ensaio analítico, processo ou produto novo e inovador.

Portanto, ser pesquisador, acadêmico ou industrial,  não é fácil para quem está acostumado a acertar sempre, sendo essa a importância e o papel do erro e do inesperado  na maturação do psicológico dos pesquisadores. Assim, quanto mais fácil for aceitar que o equívoco e o inesperado fazem parte desse caminho árduo, com mais vontade iremos de cabeça no desconhecido e inovador. É aí que se encontra a beleza de pesquisar.

Larissa Araújo
Membro do Centro Acadêmico de Bioquímica
laris.c.araujo@@gmail.com

 

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O movimento Bioquímica Brasil foi fundado em 2014 por egressos e estudantes dos cursos de Bioquímica.

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