AOS ALUNOS
Veja nos vídeos e tópicos a seguir um pouco mais sobre o bacharel em Bioquímica no Brasil, suas áreas de atuação e principais dúvidas dos alunos!
Como o Bacharelado em Bioquímica agrega valor a você?
O mercado de trabalho não escolhe os profissionais pelo título, mas sim pelo quanto ele agrega valor para a empresa que tem a vaga (o quão capaz o bioquímico é de entregar resultados esperados).
Nesse sentido temos dois níveis de valor que o bioquímico entrega:

1 – Como classe profissional (grupo) o Bioquímico agrega valor com seu forte conhecimento em química na interface com a biologia e seu grande aprofundamento nas características individuais de cada biomolécula e suas misturas, formulações, métodos de análise, métodos
de produção e aplicações (clínica, alimentícia, cosmética, farmoquímica, agroquímica, ambiental), conforme explicado anteriormente.

2 – Como indivíduo, cabe ao bioquímico descobrir suas características pessoais que agregam valor a empresas tais como: equilíbrio emocional, inglês fluente, liderança, proatividade, gestão de tempo, entre outras.

Geralmente os alunos que se inscrevem para o processo seletivo de entrada na graduação em Bioquímica (ENEM/SISU) já possuem tendência a apresentarem os seguintes comportamentos:

  • Gostam muito de química, física, matemática e biologia;
  • Gostam da mistura de conceitos da química e da biologia;
  • Gostam de resolver problemas;
  • São criativos e proativos;
  • São persistentes e possuem disciplina com os estudos;
  • São motivados a aprender.

O que se espera é que ao término da graduação em Bioquímica o aluno possa manter estes comportamentos e desenvolver outros tais como:

Autoconhecimento: o profissional deve reconhecer os seus pontos fortes e pontos fracos. Se precisar de auxílio, utilizar as análises DISC e 16 personalidades e serviços de coaching ou recursos humanos;

Ler ambientes de trabalho: Entender qual é a cultura e o ambiente de trabalho, quais as relações de interesses e amizades, se adequar ao ambiente, construir redes de relacionamento e de alianças (networking);

Controle de comunicação: Empatia, cordialidade, avaliação crítica da comunicação, saber falar em público e em reuniões, saber o momento certo de se comunicar e para quem e o que se comunicar;

Orientação para resultados: Foco na resolução de problemas, capacidade de estratégias, estabelecer e cumprir objetivos e metas, reconhecer quem são stakeholderes (partes interessadas em avançar ações) e stakeblockers (partes interessadas em bloquear
ações), capacidade de negociação;

Força mental: Persistência, disciplina, resiliência x adaptabilidade, trabalho sob pressão, atitude positiva (can-do: pode ser feito);

Entendimento de gestão e liderança: motivar e desenvolver pessoas e a si próprio, dar feedbacks e conselhos, gestão de tempo e sabe delegar, criação de visões e objetivos, deixar legados;

Visão holística e visão específica: em outras palavras, conhecimentos amplos e também conhecimentos específicos. O profissional deve ser capaz de fazer um zoom in e um zoom out sobre assuntos;

Mindset: O profissional de sucesso deve canalizar energias para ver e aproveitar as oportunidades e construir seu legado profissional e não canalizar energias para os obstáculos e reclamações. O profissional deve pensar em deixar resultados e legados e não reclamações;

Proposta única de valor: O que te diferencia dos demais? O profissional deve se perguntar: Quais problemas do empregador potencial eu consigo resolver e de que forma? Lembre-se: diversas profissões disputam com você qualquer vaga de laboratório, então
porque o empregador deve contratar você e não outro qualquer?

Formar/Participar de times de alto desempenho: O famoso trabalho em grupo que recrutador geralmente menciona não tem nada a ver com trabalho em grupo de colégio e faculdade. Na faculdade você costuma escolher as pessoas com quem vai trabalhar com
base na amizade e proximidade de valores e divide tarefas, com pouca troca de ideias. O trabalho em grupo da vida empresarial/industrial significa lidar com pessoas que você não escolheu trabalhar e com quem vai ter troca de ideias intensas e vai ter que exercer
controle de comunicação, política e controle emocional. Contratar alguém não é a mesma coisa que chamar um amigo para o trabalho de colégio.

Se o profissional quiser desenvolver sua carreira mais ligado a inovações e pesquisa científica, além das características acima, você terá que desenvolver:

Empreendedorismo e proatividade;

Criatividade e curiosidade;

Capacidade de fazer as perguntas e respostas certas, nos momentos certos, para as pessoas certas;

Aprender a aprender.

Responsabilidade individual pela carreira e sucesso

1) A carreira é sua e unicamente sua. Assuma as rédeas! Não dependa de professores e converse com egressos! Não seja gado, não vá pra pós- graduação com a manada sem pensar muito bem antes!

2) Bioquímicos de sucesso gastaram mais tempo e energia planejando, construindo a carreira e deixando legados pessoais e profissionais.

Eles escolheram uma carreira dentro da profissão de bioquímico, entenderam os pormenores dessa carreira, estabeleceram objetivos, estabeleceram rotas A, B ou C, estabeleceram alianças e networking para atingir esses objetivos. Esses bioquímicos gastaram muito menos tempo e energia reclamando da falta de divulgação da profissão, limitadores ou detratores do curso e profissão, propostas sem fundamentos para profissão etc.. Veja: Entrevistas com bioquímicos

3) Mude o mindset, tenha iniciativa, acabativa e seja resolvedor de problema.

Ou seja, mude sua forma de pensar. A primeira medida é ser um resolvedor de problemas e não um reclamador. Ponha em prática e depois faça melhorias contínuas, não fique no mundo das ideias ou esperando o momento ideal ou (ainda pior) esperando que alguém faça por você. Seja eficiente, impactante e resolvedor de problemas! Saiba iniciar, botar a mão da massa e terminar algo!

4) Entenda como funciona o mercado de trabalho de fato.

Veja anúncios de emprego, converse com empregadores e consultores de RH, leia sites e veja vídeos, saiba manejar o Linkedin, converse com bioquímicos que já estão no mercado de trabalho, faça networking com outras profissões, procure por oportunidades que não são anunciadas (90% das vagas não são anunciadas! Elas são preenchidas por indicações vindas de networking ou por gente que bate na cara dura na porta das empresas). Parece muito esforço mas não é. É a realidade do mercado de trabalho para 95% das profissões no país. Vamos convir né? Quem entende de um conceito dificil que é enovelamento de proteínas, passou em Cálculo e Físico-Química e acertou tudo daquela “nhaca” de bicicleta de Krebs não pode dizer que entender o funcionamento de mercado de trabalho é difícil, né?

5) Entenda como fazer um CV para o mercado de trabalho, onde procurar emprego e como fazer um processo seletivo de trainee e de emprego.

Existem inúmeros sites, vídeos, consultores a disposição e ex-alunos que podem te mostrar os caminhos e as regras do jogo. Dependendo da universidade, é possível encontrar recursos como Movimento Empresa Júnior e iniciativas sobre carreiras. Bom… se você consegue achar um vídeo dos gols da rodada, ou de uma receita de churrasco de couve da Bela Gil ou de uma piada do Porta dos Fundos, achar esse tipo de informação pra sua carreira vai ser moleza!

6) Entenda que IC não substitui  um estágio em empresas e indústrias, pois ambos tem funções diferentes! O mercado não valoriza o IC, mas sim o estágio em empresas e indústrias.

Mesmo que seu orientador esperneie e alegue o contrário, a verdade é que IC não pode ser colocado no mesmo patamar que um Estágio em empresas e industrias, pois são ambientes muito diferentes e que exigem habilidades humanísticas (softskils) muito diferentes entre si.

A interpretação dos empregadores é que IC está no mundo da escola, da academia, por isso você aprende tecnologias e competências hardskils e softskils atrelados ao ambiente acadêmico. Por outro lado, o estágio está no mundo real de empresas e indústrias, que irão exigir competências softkills diferentes daquelas proporcionadas pelo ambiente acadêmico, mas pode vir a aproveitar as tecnologias e hardskills do IC.

Algumas diferenças:

  1. Como a academia é um ambiente de aprendizado, a tolerância ao erro é maior que em empresas e indústrias, onde um erro pode custar muito em termos financeiros.
  2. Geralmente na academia o diálogo ocorre entre pessoas com formações semelhantes, ainda que a academia ache transdiciplinar juntar no mesmo time fisiologistas, bioquímicos e engenheiros, todos mestres, doutores, pós doutores. No mundo corporativo suas reuniões geralmente terão técnicos de laboratório, mestres, economistas, gestores de produção, administradores, contadores, psicológos de RH além do corpo técnico, cada um um níveis de experiência e escolaridade diferentes entre si! (isso sim é transdisciplinar).
  3. Na academia os horários são flexíveis, o que significa maior tendência a desenvolver procrastinação (o famoso deixar atividades para depois), ambientes tóxicos (gastar o tempo mais com críticas e fofocas) ou longas jornadas de trabalho (workholics). Porém, em empresas e industrias, em função da necessidade de se cumprir um horário fixo, as pessoas precisam desenvolver agilidade de trabalho (o contrário de deixar pra depois), não perder tampo com críticas e fofocas tóxicas e cumprir o seu trabalho em jornadas fixas de trabalho, com obrigatoriedade de respeitar a CLT com relação a descansos semanais e entre os dias de trabalho, além de férias.
  4. Na academia o ambiente pede para que você comece a desenvolver o pensamento voltado para desafiar a fronteira do conhecimento, mas muitas vezes em empresas e industrias isso não é necessariamente requerido.

Por isso a experiência de um estágio em empresas e indústrias é completamente diferente da experiência de IC. Como quem vai contratar você não é alguém da academia, você deve seguir a visão do empregador independente de concordar ou não. Ou seja, faça quantas ICs seja necessário, mas saia da academia e faça um Estágio em empresas e industrias!

Se você tiver que fazer um estágio que não vai contabilizar créditos pra sua graduação, por favor, faça! Faça pela experiência de estar no mercado de trabalho e poder dizer com mais certeza se é isso que você quer.

Um ponto importante: a tendência é que o Brasil siga os países desenvolvidos e o Estado não dê conta de financiar tantas pesquisas científicas assim, logo outro importante financiador são justamente empresas e indústrias. Logo, mesmo que você não queira exercer a profissão em empresas e industrias, mas sim rumar para pesquisa científica, compreender a dinâmica corporativa e do mercado de trabalho será importante para buscar financiamento para suas pesquisas e mesmo para orientar seus futuros alunos.

Assista o vídeo sobre o bioquímico Bruno Ribeiro (formado na UEM e integrante do BioquímicaBrasil) no programa de estágios de uma indústria farmacêutica: https://www.youtube.com/watch?v=LbRy_z7nkzY&t=2s

7) Entenda que existe uma espécie de competição velada entre academia e mercado de trabalho por talentos, braços e cérebros e isso explica muita coisa e muitos comportamentos, principalmente o fato da academia tentar bloquear você de buscar egressos que estão no mercado e/ou oportunidades de estágio e emprego, algumas vezes de forma muito sutil!

No fundo a academia é como se fosse mais uma empresa/corporação disputando talentos no mercado de recursos humanos e quem está em disputa é você e sua mais-valia (capacidade intelectual e de trabalho). Decida entre as diferentes carreiras proporcionadas pela profissão de bioquímico de forma consciente, pesando seus valores, necessidades, as geografias da vida, as finanças e suas aptidões individuais. Busque informações fora da academia e utilize a rede de contatos com ex-alunos para te ajudar nessa decisão.

8) Entenda os prós e contras de pertencer a geração Y ou Z e se afaste dos contras.

Empresas e indústrias estão cada vez mais de olho nisso, acredite! Não faça parte da geração mimimi, mas sim da geração vamos resolver!

9) Você, como bioquímico, tem excelentes oportunidades disponíveis em setores por vezes pouco mencionados a você durante sua graduação.

Química de alimentos e bromatologia, produtos naturais, cosméticos, processos fermentativos, análises clínicas, marketing e vendas, gestão de projetos e de inovações, patentes e qualidade. Lembre-se que em algumas universidades essas disciplinas são oferecidas e se você estuda naquelas em que essas disciplinas não existem, você pode fazer especializações e mestrados que serão validados pelo CRQ. Simplesmente não há como alguém impedir um bioquímico de atuar nessas áreas ainda que desagrade a alguns, como no caso do bioquímico na bioquímica clínica e diagnóstico molecular (análises clínicas). E isso nossos colegas bioquímicos chilenos, portugueses e espanhóis também descobriram!

10) Desvincule a bioquímica da biotecnologia e olhe para outros mercados.

Entenda que o mercado de biotecnologia no Brasil tem inúmeros problemas, apesar de vitórias recentes. Primeiro problema é que esse mercado não se desenvolve com a rapidez necessária para absorver todo mundo. O segundo problema é geográfico: o mercado de biotecnologia acompanha o fluxo de dinheiro e sempre se posiciona em regiões ricas. Não é de se estranhar, portanto, que as principais regiões de biotecnologia nos EUA sejam justamente os motores econômicos daquele país: Nova Inglaterra/Grandes Lagos e Califórnia. Não é de se estranhar também que o mesmo se repete aqui: as capitais e cidades mais dinâmicas do país concentram a biotecnologia nacional, especialmente aquelas dos estados mais fortes da federação em termos de economia e de ensino universitário (SP, MG, PR, RJ, RS, DF). Portanto, se você não deseja ir ou não pode ir morar nessas cidades, sugiro realmente olhar as áreas de atuação do tópico 9, pois são áreas consolidadas e dispersas por todo o Brasil. Um terceiro problema é que muitos empregadores não associam o que fazem com o termo biotecnologia e alguns vinculam esse termo a ciência básica, pesquisa acadêmica, notícias curiosas da superinteressante (tipo a Dolly), ou coisas polêmicas como transgênicos e testes de DNA do Ratinho. E um quarto problema é que como é uma área nova no mundo e em especial no Brasil, ela possui riscos e requer perfis profissionais mais empreendedores, porém, nem todo mundo é empreendedor (ver tópico 20). Portanto, não se iluda com o suposto poder de marketing do termo biotecnologia, isso pode ser um tiro no pé (ver tópico 18)!!. É claro que a biotecnologia está incluída na bioquímica, mas a bioquímica não se resume a biotecnologia e tem muitas outras áreas interessantes de atuação. Afinal, bioquímica é a química da vida!

11) A competição por uma vaga será altíssima em qualquer carreira e área que escolher, então seja competitivo!

Se na área acadêmica você já enfrenta a concorrência de biólogos, farmacêuticos, veterinários e outros para passar no mestrado ou ser professor universitário, no mercado de trabalho não é diferente. Além disso, por uma questão da estrutura econômica do país, que vai além da crise econômica que vivenciamos, o mercado de trabalho brasileiro é pouco dinâmico e gera poucas vagas para um número cada vez maior de formandos. Portanto, não importa a carreira que você escolher, seja competitivo! Siga os passos de sucesso do tópico 2.

12) O que importa no mercado é a manipulação e aplicação do conhecimento técnico e não o conhecimento técnico em si.

Portanto, MBAs, especializações aplicadas e mestrados profissionalizantes são mais importantes para empresas e indústrias que mestrado/doutorado (strictu senso) em áreas básicas; Se optar por estender estudos além da graduação, opte por áreas de maior empregabilidade que as áreas básicas, tais como: marketing, vendas, projetos, qualidade, inovações, processos fermentativos, cosméticos, análises clínicas e toxicologia, bromatologia e química de alimentos, cosméticos, fitoquímica e óleos essenciais.

13) A fase de ouro dos concursos para professor em federais pode já ter passado e as faculdades particulares requerem alguém que tenha experiência de mercado de trabalho.

Devido a restrições orçamentárias, será cada vez mais difícil abrir vagas para professor em universidades públicas, portanto, se você deseja ser professor, olhe com carinho as faculdades privadas. Porém, faculdades privadas atendem a outro público universitário, mais interessado em ingressar no mercado de trabalho do que em fazer pesquisa científica e por isso costumam exigir experiência no mercado de trabalho de seus professores. Portanto, seria bom ter ao menos uma experiência no mercado de trabalho se você deseja ser professor universitário.

14) Empresas de pequeno e médio porte são mais interessantes de entrar que as grandes, famosas e multinacionais: você tem chance de aprender sem pressão exagerada e mais chances de subir.

15) Existe uma tendência de empresas realizarem programas de estágio semelhantes aos programas de trainee e a processos seletivos, e ainda assim contar como crédito de estágio obrigatório.

Esses programas diminuem o peso de indicações de alunos pelos professores e da burocracia universitária. Mas isso está apenas no começo! Sua comissão de estágios da universidade tem um peso ainda!

16) Não negligencie as ciências sociais aplicadas porque você vai precisar!

Você não precisa necessariamente fazer disciplinas de graduação em gestão, direito de propriedade industrial e intelectual ou docência, mas acredite, dependendo da carreira que você escolher, você irá abandonar a bancada de laboratório para ir para o escritório, planta industrial ou sala de aula e aí você irá precisar desses conhecimentos para lidar com pessoas e não mais máquinas apenas. Por exemplo, a educação em bioquímica precisa de inovações nos métodos pedagógicos e didáticos e mesmo professores universitários precisam entender de gestão de projetos, gestão de equipes e direitos de propriedade intelectual se quiserem ter sucesso na interação com empresas e indústrias ou gerir seus laboratórios de ciências básicas com eficácia.

17) Não existem salvadores da pátria ou atalhos: você é o responsável pela sua carreira!

Estruturas coletivas como Conselhos, Sindicatos e Professorados são estruturas complementares a seus esforços de carreira, mas não são responsáveis ou culpados diretos por alegrias ou tristezas na profissão. O legal de se fazer networking com profissões tradicionais é perceber que a maioria indica que essas estruturas coletivas tiveram pouco ou nenhum impacto em suas carreiras. Algumas dessas pessoas até me disseram que pagam conselhos e sindicatos sem receber nada de concreto em troca e que essas estruturas existem apenas por existir, algo sem sentido. Essas pessoas com quem eu conversei disseram que o networking que elas mesmas construíram com ex-alunos, colegas de profissão, colegas de outras profissões e colegas de trabalho em geral foram muito mais válidas do que professorado, sindicatos e conselhos.

18) A divulgação da profissão também é uma responsabilidade sua.

A divulgação da profissão tem um vínculo muito forte com o aumento de sua própria empregabilidade e faz parte da responsabilidade individual sua pela sua própria carreira e do que bioquímicos de sucesso fizeram (olha o tópico 2 aí de novo!). O BioquímicaBrasil tem materiais e pode te auxiliar nessa divulgação. Basta entrar em contato e ter o mindset em sintonia conosco (conforme tópico 3). O jeito que funcionou comigo foi vender o bioquímico como químico da vida  e exemplificar com áreas de atuação/produtos/empresas que permitam associação fácil, imediata e natural com a bioquímica: alimentos, bioquímica clínica, fermentações, produtos naturais, cosméticos, biocombustíveis, vacinas e biofármacos etc… Além disso, aprendi a tirar vantagem do eterno embate com análises clínicas e observei problemas no uso do termo biotecnologia. Evite dizer “bioquímico trabalha com biotecnologia” pois como disse anteriormente, o empregador não associa esse termo de forma fácil, imediata e natural ao que ele empregador faz ou produz e este termo tampouco explicita tudo o que o bioquímico pode fazer. Portanto, desvincule um pouco a bioquímica da biotecnologia, pois o uso desse termo poderá ser um tiro no pé e não te abrir oportunidades. Por outro lado se o empregador dissesse “é análise clínica?”, ao invés de ficar chateado, eu virava o jogo e abria caminhos: “É sim (matava o problema e o embate) mas também é x, y,z” e vendia o bioquímico com o conceito de químico da vida que expliquei acima, mostrando a versatilidade de atuação de nossa profissão na produção bioindustrial, garantia e controle de qualidade, pesquisa e desenvolvimento, gestão de projetos, gestão de inovações, comércio e marketing de produtos para laboratório, ensino, assessoria e consultoria científica etc…

19) Toda contratação se resume as seguintes perguntas feitas por gestores técnicos e recursos humanos: Essa pessoa vai resolver o nosso problema técnico? Essa pessoa vai conseguir se encaixar na equipe em termos de valores e comportamentos? Eu consigo pagar pela mais valia dela? Pense se você está respondendo essas perguntas em seu planejamento de carreira.

20) Saiba identificar que tipo de bioquímico você é! É um erro tentar encaixar todo mundo que faz bioquímica num único perfil.

Como se todos tivessem nascido para serem pesquisadores científicos. Pelo que tenho observado na comunidade de bioquímicos, geralmente as pessoas se encaixam nesses perfis:

  • O pesquisador científico nato: Este tem gosto em aplicar o método científico e a criatividade na fronteira do conhecimento e tem facilidades de lidar com ambiguidades e incertezas. Irá se tornar professor universitário ou pesquisador em institutos como Embrapa ou Fiocruz ou ainda em empresas e indústrias. Os países de fala espanhola costumam dizer que são investigadores científicos. Uma vez se tornando chefe de laboratório, deverá se desenvolver também como um bioquímico gestor (abaixo), além de serem naturalmente bioquímicos empreendedores.
  • O pesquisador frustrado, que foi fazer mestrado/doutorado porque achou que não tinha alternativas ou porque não tinha auto-conhecimento suficiente para ser um pesquisador nato ou ainda, que não foi devidamente orientado a buscar outras formas de ser bioquímico. Esses se se encaixariam melhor nos tipos abaixo.
  • O bioquímico de aplicação industrial ou clínico (produção,controle de qualidade e análise): Esse prefere aplicar o método científico e seu conhecimento em bioquímica em algo palpável e concreto (poucas ambiguidades e incertezas), fazendo um produto (cosmético ou biofármaco por exemplo) ou uma análise que gere um laudo conclusivo ao cliente (bioquímica de alimentos, bioquímica clínica e diagnóstico molecular etc…). Os países de fala espanhola costumam dizer que são investigadores industriais ou clínicos, afinal, não deixam de aplicar o método científico em seu trabalho, apenas não o fazem na fronteira do conhecimento. Com o tempo, podem vir a transitar para o perfil de bioquímico gestor ou empreendedor.
  • O bioquímico gestor/comercial: Este tipo geralmente nasce nas empresas júniores, onde se aprende que é muito interessante juntar conhecimentos do mundo dos negócios com conhecimentos técnicos em bioquímica e com a criatividade e poder de inovação típicos do pesquisador nato e do empreendedor. Conhecimentos como gestão de projetos, marketing e vendas, gestão de inovações, liderança, administração abrem inúmeros caminhos profissionais em empresas e indústrias.
  • O bioquímico empreendedor: Essa é a pessoa que irá assumir os riscos de criar e ser dono do próprio negócio ou do próprio laboratório. Todo pesquisador nato é empreendedor por natureza, mas em geral, esse tipo nasce da capacidade de alguém formular e aplicar na pesquisa básica, indústria, clínica ou gestão e comércio duas simples perguntas: Que problemas precisam de respostas ou novas respostas? Que respostas eu posso dar a esses problemas?
  • O bioquímico docente: Este é o bioquímico que gosta de reproduzir o conhecimento aprendido, mas não necessariamente irá ser pesquisador. Pode ser excelente profissional para cursos, consultorias, docência em faculdades privadas e eventualmente algumas faculdades públicas. Se tiver o espírito do bioquímico pesquisador, será um excelente profissional em universidades públicas.
  • O resto: Sabe aquela pessoa que só reclama da vida e do curso, que diz que vai mudar de curso, que engenharia é tudo, que tá perdidona, não achou um caminho?…. pois é.. é o resto que não se encaixa em nenhum perfil definível de forma clara. Estes, juntamente com os pesquisadores frustrados, mais do que ninguém, precisam de orientações claras, tanto de professores quanto de ex-alunos e são aqueles que mais irão se beneficiar desse texto.
 leia estes textos:
Quais são as áreas de Atuação Profissional?

Atenção aluno: Cuidado para não confundir áreas a serem pesquisadas com as áreas de atuação. São coisas diferentes! Vamos entender o que são as áreas de atuação?

O Bacharel em Bioquímica é qualificado para atuar em áreas que demandem um profissional com visão ampla a respeito das interfaces entre química e biologia e suas áreas afins, tendo competências baseadas nas atribuições conferidas aos profissionais da Química e áreas correlatas (Resolução Normativa nº 36 do CFQ de 25 de abril de 1974).

O objetivo do curso é formar profissionais que possam atender a setores estratégicos para o desenvolvimento econômico e social, tanto a nível local e regional quanto a nível nacional, em áreas  de atuação como:

  1. Produção científico-tecnológica e de inovação: ciência básica, desenvolvimento e melhoria contínua de produtos industriais e serviços analíticos, inovação;
  2. Serviços analíticos (clínicos, ambientais e de alimentos);
  3. Controle e garantia de qualidade;
  4. Produção industrial de compostos bioquímicos por processos fermentativos e outros métodos;
  5. Manipulação, formulação, análise e produção de produtos contendo compostos bioquímicos principalmente nas áreas de alimentos, cosméticos, farmoquímicos, diagnóstico laboratorial, químicos renováveis e agroquímicos;
  6. Disseminação de conhecimento científico-tecnológico (docência, consultoria, assessoria científica, vendas e marketing).
  7. Serviços gerenciais: gestão de projetos e processos, gestão de inovações e propriedade intelectual e proteção industrial, gestão da qualidade, inteligência de negócios, transferência de tecnologia.

Essa atuação poderá ocorrer nos seguintes locais de trabalho:

  • Laboratórios de pesquisa básica e aplicada em universidades e institutos de pesquisa ou empresas e indústrias;
  • Plantas industriais e laboratórios de controle de qualidade em alimentos e bebidas (cerveja, queijos, iogurte, vinho, suplementos alimentares, nutrição animal, entre outos), fármacos e biofármacos, cosméticos, biocombustíveis, produtos biotecnológicos, químicos, enzimas, aromas, papel, celulose, entre outros;
  • Laboratórios de serviços analíticos (fármacos, alimentos, bioquímica clínica e toxicológica, diagnóstico molecular, ambientais – águas e esgotos, agroquímicos, forense e perícia científica, entre outros);
  • Laboratórios de análises clínicas, para a realização de análises clínicas, incluindo a análise de materiais como urina, sangue, fezes e outros, podendo emitir e assinar os laudos e pareceres relacionados ás análise clínicas (com base nas Resoluções Normativas 36/1974 do CRQ, 198/2004 do CFQ);
  • Salas de aulas de universidades públicas e privadas;
  • Escritórios de bioeconomia: comércio e marketing de produtos laboratoriais, de análise e elaboração de patentes e gestão de inovações, fundos de investimentos, entre outros.

Sugestões de Leitura

Uma profissão, várias carreiras

Pense bem antes de seguir carreira acadêmica.

O Bioquímico na indústria    

O Bioquímico nas análises clínicas 

A questão salarial

Como é a Grade Curricular?
O conteúdo do curso é centrado em ciência, tecnologia e inovação nas interfaces entre química e biologia, com uso intenso dos conceitos e tecnologias das ciências químicas e bioquímicas, definindo assim o Bacharel em Bioquímica como profissional da química com registro no sistema CFQ/CRQ e também alinhado ao perfil profissional nacional e internacional da profissão. De uma forma geral os conhecimentos comuns a diversos bacharelados, no Brasil, América Latina, Portugal, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos envolvem:

Entendimento dos fenômenos químicos: visão ampla sobre a organização, classificação e propriedade de moléculas, fenômenos de transformação química, de análises químicas e de formulações químicas, através de conhecimentos das bases científicas de química geral, química inorgânica, química orgânica, físico-química, química analítica e instrumental de análise.

  • Entendimento dos fenômenos bioquímicos: visão ampla sobre a organização, classificação e propriedade de biomoléculas, fenômenos de transformação bioquímica, de análises bioquímicas e de formulações bioquímicas, através de conhecimentos pormenorizados sobre cada classe de biomoléculas, de suas interações e técnicas instrumentais de análise. Envolve: bioquímica estrutural, bioquímica metabólica, bioquímica celular, bioquímica fisiológica, bioquímica de ácidos nucléicos, bioquímica de proteínas, enzimologia, processos fermentativos, fitoquímica e produtos naturais, química bioinorgânica, bioquímica analítica, instrumental de bioanálise.
  • Entendimento da estrutura e dos fenômenos biológicos sob o ponto de vista bioquímico: conhecimentos sobre o funcionamento molecular de processos biológicos fundamentais envolvendo a célula (biologia celular, bioquímica celular, bioquímica metabólica), a microbiologia, tecidos, órgãos e fisiologia (morfofisiologia humana, morfofisiologia vegetal, bioquímica fisiológica, bioquímica vegetal, imunologia).
  • Ferramentas das Ciências Exatas: conhecimentos matemáticos, físicos, estatísticos e computacionais que possam ser utilizados como ferramentas para o entendimento dos processos e padrões bioquímicos assim como para a resolução de problemas complexos. Envolve disciplinas de Física, Estatística, Cálculo, Bioinformática, utilização avançada de softwares específicos.
  • Ferramentas tecnológicas: conhecimentos e ferramentas de tecnologias diversas tais como tecnologia farmoquímica, tecnologia química, tecnologia de alimentos, tecnologia biológica (biotecnologia), tecnologia analítica, tecnologia de papel e celulose, operações unitárias, fenômenos de transporte, desenho técnico, biossegurança, segurança química, boas práticas laboratoriais e de fabricação.
  • Manipulação da bioquímica visando a produção de riqueza econômica: conhecimentos de química e bioquímica aplicadas de forma a gerar novas tecnologias inovadoras ou executá-las em ambientes produtivos, tais como:

* Bioquímica clínica e Diagnóstico molecular;

* Bioquímica Toxicológica e Forense;

* Bioquímica de alimentos, Análise de alimentos;

* Bioquímica ambiental e análises ambientais e de poluentes;

* Processos fermentativos e enzimáticos industriais (bioprocessos);

* Bioquímica industrial de produtos naturais, fitoquímicos e óleos essenciais;

* Bioquímica industrial de cosméticos;

* Bioquímica industrial de farmoquímicos, biofármacos e imunobiológicos;

* Bioquímica industrial de tratamento de águas e efluentes;

* Análises laboratoriais de controle de qualidade microbiológicas, físico-químicos, bioquímicas e biomoleculares.

  • Noções de construção de riqueza econômica: empreendedorismo, proteção industrial e intelectual (patentes), garantia da qualidade, gestão de projetos, gestão de inovações, vendas e marketing.
Que disciplinas devo escolher na minha Grade Curricular?
ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS

Recomendamos enfaticamente que o aluno e o egresso mantenham sempre um plano A, um plano B e um plano C.

Desta forma o aluno ou egresso conseguirá ter renda em momentos que não consiga se colocar no mercado acadêmico ou de trabalho de sua preferência, especialmente considerando o panorama árido e difícil relacionado a pesquisas científicas e biotecnologia do país.

Recomendamos enfaticamente esses planos alternativos foquem os mercados:

  • Bioquímica Clínica, Toxicológica e de Diagnóstico molecular: Devido a sempre ter demanda por contratações e concursos e por estar disponível em todo território nacional.
  • Bioquímica de alimentos e bromatologia:  Devido a sempre ter demanda por contratações por estar disponível em todo território nacional.
  • Processos Bioquímicos e Fermentativos Industriais: Devido a existência de uma industria já tradicional instalada no Brasil, envolvendo produção de queijos, iogurtes, cervejas, vinhos, fitoquímicos e fitoterápicos e modernamente estar consolidando parque fabril relacionado a biofármacos e biocombustíveis.
  • Processos gerenciais: Gestão de Projetos, Gestão da Qualidade, Gestão de inovações, Marketing e Vendas, Empreendedorismo, Planejamento Industrial, Estratégias empresariais, Patentes e demais proteções.

 

COMO A GRADE CURRICULAR SE CORRELACIONA COM O MERCADO DE TRABALHO?

  • Ao contrário do que se pensa, uma visão mais biológica da bioquímica (pensamento biológico) não favorece a entrada no mercado de trabalho. Já existem muitos profissionais com essa visão disponíveis. Por outro lado, falta uma visão mais química da bioquímica, ou seja, química aplicada à bioquímica, como as tecnologias das químicas orgânica e inorgânica podem ser utilizadas para modificar as biomoléculas ou interagir com elas em formulações. Chamamos isso de Pensamento Químico.

 

  • A capacidade de entender dados, fazer projeções, resolver problemas e antecipar tendências é habilidade muito requisitada no mundo do mercado de trabalho atualmente e está muito correlacionado ao estudo detalhado da matemática (cálculo) e estatística. Muito aplicável a área industrial, área analítica/qualidade. Chamamos isso de Pensamento matemático.

 

  • A capacidade de entender as transformações bioquímicas e químicas a nível laboratorial, semi-industrial (planta piloto) e industrial também são muito requisitadas tanto na área analítica/qualidade quanto na área industrial ligada a processos fermentativos e processos industriais fitoquímicos. Isso é totalmente interligado aos conhecimentos de Física, Físico-química, Tecnologia enzimática, Operações
    unitárias, Fenômenos de transporte e aspectos tecnológicos do uso de cada biomolécula e das químicas orgânicas e inorgânica. Chamamos isso de Pensamento Tecnológico.

 

  • A capacidade de separar uma biomolécula de outras (análise) ou de misturar uma biomolécula a outras (formulações) chamamos de Pensamento Analítico. Isso inclui o Pensamento matemático (controle de qualidade e cálculos) e também a escolha de equipamentos instrumentais comumente utilizados.

 

  • A capacidade de liderar e formar equipes altamente eficientes e liderar questões técnicas de maior responsabilidade legal e estratégica como biossegurança, gestão de projetos e inovações, gestão da qualidade. Chamamos de Pensamento de Gestão é ele que conseguirá moldar os seus softskills você para o mercado de trabalho.

 

  • Uma ênfase industrial terá maior sucesso no mercado de trabalho se você diminuir a dependência da biotecnologia/biomol. São altamente vendidos no país biomoléculas como xilose e stevia (novos adoçantes), capsulas e envoltórios para alimentos/medicamentos à base de gelatina, amido ou celulose quimicamente modificados. Pense em quantos fitoquímicos e aromas são necessários na indústria cosmética atualmente. Esses processos industriais passam longe da biotecnologia/biomol em 99% dos casos!

 

  • Uma ênfase em bioquímica de alimentos é altamente recomendada, não apenas pelo seu potencial de contratação em serviços analíticos bromatológicos e processos industriais (fermentações principalmente), mas em função da alta necessidade de desenvolvimento tecnológico e de inovação que essa indústria possui. Considere aqui também a indústria de Nutrição Animal e de Nutrição Especializada (diabéticos, bebês etc…). Essa indústria é espalhada em todo o território nacional e possui alto poder de contratação por conseguir caminhar conforme a economia, sem dependência do estado (tudo ao contrário da biotecnologia). Essa ênfase requer os Pensamentos matemático, tecnológico e analítico altamente aguçados e desenvolvidos.

 

  •  Uma ênfase em bioquímica clínica e análises clínicas é altamente recomendada pelo seu alto poder de contratação em serviços analíticos e na indústria farmoquímica. De forma semelhante a indústria de alimentos, possui alta necessidade de desenvolvimento tecnológico e de inovação e possui sua vertente veterinária bastante forte no país. Se por um lado os concursos públicos e laboratórios privados são espalhados por todo o território nacional, por outro lado as indústrias farmoquímicas são concentradas nos estados de SP, MG, RJ e PR. Essa ênfase requer os pensamentos matemático, tecnológico e analítico altamente aguçados e desenvolvidos.

 

  • Uma ênfase na área ambiental possui empregabilidade média, com forte ênfase em laboratórios de serviços analíticos ambientais e concursos para serviços de tratamento de águas e esgotos (SAAE).

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS PARA CADA UNIVERSIDADE

Orientação Específica para a grade curricular BQI-UFV: CLIQUE AQUI, BQI UFV

Orientação Específica para a grade curricular BQI-UFSJ: CLIQUE AQUI, BQI UFSJ

Orientação Específica para a grade curricular BQI-UEM: CLIQUE AQUI, BQI UEM

Como está o mercado de trabalho de Bioquímica?

Recomendamos enfaticamente que o aluno e o egresso mantenham sempre um plano A, um plano B e um plano C.

Desta forma o aluno ou egresso conseguirá ter renda em momentos que não consiga se colocar no mercado acadêmico ou de trabalho de sua preferência, especialmente considerando o panorama árido e difícil relacionado a pesquisas científicas e biotecnologia do país.

Recomendamos enfaticamente esses planos alternativos foquem os mercados:

  • Bioquímica Clínica, Toxicológica e de Diagnóstico molecular: Devido a sempre ter demanda por contratações e concursos e por estar disponível em todo território nacional.
  • Bioquímica de alimentos e bromatologia:  Devido a sempre ter demanda por contratações por estar disponível em todo território nacional.
  • Processos Bioquímicos e Fermentativos Industriais: Devido a existência de uma industria já tradicional instalada no Brasil, envolvendo produção de queijos, iogurtes, cervejas, vinhos, fitoquímicos e fitoterápicos e modernamente estar consolidando parque fabril relacionado a biofármacos e biocombustíveis.

1) COMO ESTÁ O MERCADO DE TRABALHO DE BIOQUÍMICA? QUAIS SÃO AS OPÇÕES?
O mercado de trabalho para o bioquímico está se diversificando na direção das áreas de alimentos (bebidas e nutrição animal inclusive), análises clínicas e toxicológicas, cosméticos, agroquímica e nutrição vegetal, gestão e controle de qualidade microbiológico e físico-químico.

Essa diversificação ocorre tanto porque empresas dessas áreas estão requisitando o bioquímico quanto porque o egresso bioquímico tem procurado maior inserção nessas áreas. Temos diversos exemplos de egressos atuantes áreas citadas acima, bastando buscar o Centro Acadêmico, o BioquímicaBrasil ou uma busca direta no Linkedin para saber quem são. Estas são áreas de atuação que possuem empresas com capacidade de contratação e presentes em todo o território nacional, em capitais e cidades pequenas.

Especificamente, o mercado de trabalho em biotecnologia promete muito mas entrega poucos postos de trabalho, possui alto número de profissionais formados para a área (alta concorrência para poucas vagas), alto número de startups com baixo poder de contratação e
uma grande concentração geográfica em torno de cidades grandes e capitais da região sudeste. Após cerca de 20 anos explorando o mercado de biotecnologia, é consenso entre os egressos bioquímicos que este é um mercado árido e de difícil acesso, por vezes ilusório, se comparado aos mercados de trabalho citados acima. Algumas vezes as empresas utilizam a biotecnologia como um meio tecnológico e não um fim em si em produtos e serviços, sendo requisitado do profissional o domínio de outras tecnologias (ex. diagnóstico molecular não é o único setor de um laboratório clínico e este irá exigir do bioquímico um conhecimento em bioquímica clínica e toxicológica). Em função de todos esses problemas temos um baixo número de egressos atuantes no mercado de trabalho de biotecnologia.

O aluno deve fazer suas escolhas de forma consciente, aproveitando as experiências e networking de egressos e para pesar os prós e contras de cada área de atuação.

2) QUAIS OS DIFERENCIAIS DE UM BIOQUÍMICO PARA OUTRAS PROFISSÕES?

A diferença entre o Bioquímico e estes outros profissionais é que o Bioquímico agrega valor com seu forte conhecimento de química na interface com a biologia, ou seja, com o seu grande aprofundamento nas características individuais de cada biomolécula e suas misturas, formulações, métodos de análise, métodos de produção e aplicações (clínica, alimentícia, cosmética, farmoquímica, agroquímica, ambiental). Outra forma de agregar valor que temos são nossos conhecimentos de manipular e modificar cada biomolécula através dos conhecimentos profundos da tecnologia química (química orgânica, inorgânica, físicoquímica), tecnologia de alimentos, tecnologia clínica, tecnologia de informação e mesmo tecnologia farmacêutica. O conhecimento em biologia molecular é importante, mas os mencionados acima tem maior relevância para a vasta maioria das vagas de trabalho.
Essa é a conclusão final de vários egressos bioquímicos,  fruto de suas experiências em ambientes de trabalho com estas e outras profissões.

3) O CURSO DE BIOQUÍMICA AINDA NÃO É AMPLAMENTE CONHECIDO PELO PAÍS, COMO ISSO AFETA AS OPORTUNIDADES DE TRABALHO?

Não temos mais essa percepção de que a falta de conhecimento sobre o bioquímico é um problema grave. Continua sendo um problema, sim, mas não é mais algo grave. Estamos em fase de transição, pois a profissão está se tornando mais conhecida e os
empregadores estão mais flexíveis em aceitar a profissão. Comparado com o cenário de 4 anos atrás é uma mudança muito significativa e projetamos para os próximos 4 anos que esta seja uma questão que deixará de ser um problema para ser algo de pouca relevância.

Porém, corremos outro risco: o mercado de trabalho reconhecer a profissão, demandar o bioquímico e o bioquímico não estar preparado para o mercado de trabalho e para passar nos processos seletivos. Em outras palavras, o problema passará a ser o preparo do bioquímico para vencer no mercado de trabalho e o quanto ele irá usar a falsa percepção de ”curso não conhecido” como desculpa para disfarçar uma eventual falta de preparação.
Neste momento de transição, o aluno deve estar preparado para explicar a sua profissão em uma entrevista como um profissional da química na interface com a biologia, com atuação em alimentos, análises clínicas, meio ambiente, agroquímica, farmoquímica,
cosméticos e biotecnologia e portador de CRQ/CFQ.

Da experiência de vários egressos, percebemos que é comum o bioquímico explicara profissão como sendo ”biotecnologia” e isso se reverte em tiro no próprio pé, pois o termo biotecnologia não é bem compreendido fora da academia. Se o aluno ir numa empresa de
serviços analíticos clínicos dizendo que bioquímica faz biotecnologia ele perderá o processo seletivo, pois a empresa entende que ela própria faz analises clinicas e não biotecnologia e que, portanto, o bioquímico não agrega valor ali. Da mesma forma, se o bioquímico for numa indústria de cervejas e falar que sabe fazer biotecnologia, ele não será compreendido, pois a indústria de cervejas considera que faz processos fermentativos e que isso não é biotecnologia.

Portanto, acreditamos que o que de fato afeta as oportunidades de trabalho é o quanto o bioquímico está preparado para ele, o quanto o bioquímico é capaz de explicar sua própria profissão e o quanto ele diversifica o seu portfólio de atuação em seu futuro profissional.

 

4) QUAL É O SALÁRIO DO BIOQUÍMICO? EXISTE PISO SALARIAL?

Por favor leia: https://bioquimicabrasil.com/2016/08/28/salario-bioquimico/

 

5) ESTUDE O MERCADO DE TRABALHO: ESTUDO DE CASO BIOINFORMÁTICA E O CANTO DA SEREIA ACADÊMICA

O ideal é que o aluno estude o mercado de trabalho 1 ano antes de se formar, de tal forma a:

– Ter tempo para adequar conteúdos ao que o mercado de trabalho pede;

-Amadurecer estratégias de networking com egressos e pessoas chave do mercado de trabalho;

-Aprimorar seu CV (ele não deverá ser uma cópia do Lattes!);

-Construir o seu Linkedin.

Cuidado com recomendações de professores sobre áreas do futuro! Elas podem ser cantos da sereia que irão te prender no mercado acadêmico enquanto você quer ir para o mercado de trabalho, sem você se dar conta. Exemplos:

– Indicar Modelagem molecular como área de alta empregabilidade (entendimento do mercado acadêmico), quando na verdade o mercado de trabalho entende que bioinformata deve entender de sequenciamento NGS, Python, Perl e estatística.

– Se você fizer mestrado, doutorado e pós doutorado, estará preparado pro mercado de trabalho (entendimento do mercado acadêmico), quando na verdade o mercao de trabalho entende que você se preparou para ser professor/pesquisador universitário e não para uma carreira corporativa.

– Áreas que são muito fronteira da ciência, dada as dificuldades inerentes de áreas inexploradas, podem resultar em carreiras pouco competitivdas no mercado acadêmico, uma vez que são mais difíceis de gerar publicações (artigos, resumos, patentes etc…).

6) ESTUDE O MERCADO: VAGAS NO MERCADO DE TRABALHO

Recomendamos enfaticamente ler os textos:

https://bioquimicabrasil.com/2016/12/11/responsabilidade-individual-e-carreira-20-dicas/

80% das vagas não são publicadas! Elas são preenchidas antes, seja porque o RH monitora perfis no Linkedin para uma abordagem ativa, seja porque o RH acolhe uma recomendação (QI) de alguém de dentro da empresa que já trabalhou com alguém de fora desta empresa.

Invista sim na busca por vagas, mas na medida do possível, busque Inverter a lógica: ao invés de vc procurar vagas, faça vc ser procurado pelas empresas. Isso se consegue com:

– devida exposição no Linkedin (não vá se queimar heim!, deixe a política, o futebol e as festas para as redes sociais corretas. Linkedin é rede social para a carreira profissional!),

-entrevistas de trabalho que deixem uma ótima impressão e que faça você ser lembrado pelo empregador mesmo que você não conquiste a vaga. Acredite, bioquímicos já foram chamados meses após uma dada entrevista, para outros cargos, em função da ótima impressão deixada em uma entrevista.

– networking do dia a dia do estágio em empresa ou trabalho: deixar uma ótima impressão sobre o seu trabalho técnico e seu convívio como pessoa em ambientes de trabalho favorece não apenas uma promoção interna, mas também favorece a recomendação do seu trabalho para outras empresas.

 

Sugestões de Leitura

Uma profissão, várias carreiras

Pense bem antes de seguir carreira acadêmica.

O Bioquímico na indústria    

O Bioquímico nas análises clínicas 

A questão salarial

Explore a página Editoriais, onde temos entrevistas com egressos mostrando seu dia a dia, como chegaram lá e como enfrentaram dificuldades: https://bioquimicabrasil.com/editoriais/

Explore a página de exemplos de empregos, onde trazemos um compilado semestral de vagas de emprego pedindo bioquímicos e suas exigências: https://bioquimicabrasil.com/emprego/

Como está o mercado acadêmico de Bioquímica?
Recomendamos enfaticamente que o aluno e o egresso mantenham sempre um plano A, um plano B e um plano C em face de:

– Escassez de concursos públicos voltados para pesquisa e docência universitária;

– Altíssima concorrência, dada a superprodução de mestres e doutores frente a realidade econômica do país. No último concurso para o departamento de Bioquímica da UFV (2021) a concorrência foi de 219 por vaga. Todos com currículos altamente competitivos e alguns já professores de instituições como Universidade Federal do Ceará e Universidade Estadual de Minas Gerais.

– Áreas que são muito fronteira da ciência, dada as dificuldades inerentes de áreas inexploradas, podem resultar em carreiras pouco competitivdas no mercado acadêmico, uma vez que são mais difíceis de gerar publicações (artigos, resumos, patentes etc…).

 

Desta forma o aluno ou egresso conseguirá ter renda em momentos que não consiga se colocar no mercado acadêmico ou de trabalho de sua preferência, especialmente considerando o panorama árido e difícil relacionado a pesquisas científicas e biotecnologia do país.

Recomendamos enfaticamente esses planos alternativos foquem os mercados:

  • Bioquímica Clínica, Toxicológica e de Diagnóstico molecular: Devido a sempre ter demanda por contratações e concursos e por estar disponível em todo território nacional.
  • Bioquímica de alimentos e bromatologia:  Devido a sempre ter demanda por contratações por estar disponível em todo território nacional.
  • Processos Bioquímicos e Fermentativos Industriais: Devido a existência de uma industria já tradicional instalada no Brasil, envolvendo produção de queijos, iogurtes, cervejas, vinhos, fitoquímicos e fitoterápicos e modernamente estar consolidando parque fabril relacionado a biofármacos e biocombustíveis.

Mercado acadêmico:
De uma forma geral, em função da necessidade de desafiar a fronteira do conhecimento, dominar muitas técnicas, ter um forte aprofundamento científico e entregar artigos, pôsteres, resumos, dissertações e teses, o gerenciamento de carreira no mercado acadêmico é deixado para um segundo plano, o que é um grande erro!
Uma boa gestão de carreira acadêmica deve incluir aprendizados, desde a iniciação científica sobre:

a) A estrutura de fomento e financiamento para pesquisas e bolsas;

b) Políticas de ciência e tecnologia nacionais e regionais (áreas estratégicas de pesquisa do MCTI, Marco Legal de Ciência e Tecnologia);

c) Técnicas de disseminação de conhecimento (ensino e extensão);

d) Técnicas de gestão de projetos: gestão de recursos humanos, cronograma, orçamento, escopo, metas e objetivos Smart, gestão de infra-estrutura e equipamentos, gestão de comunicações e das partes interessadas no projeto, gestão de riscos e plano de rotas alternativas etc…

e) Relacionamentos com indústrias, órgãos públicos não universitários, instituições internacionais;

f) mobilidade acadêmica: se fez IC em uma universidade, dê preferência para Mestrado ou Doutorado em outras (principalmente em grandes centros). Isso ajuda a ter uma percepção mais madura sobre o dia-a-dia de “fazer ciência” e evita o ostracismo científico;

g) Networking científico nacional e internacional é importante. Congressos e um Twitter profissional ajudam muito a conhecer novos pesquisadores e grupos de pesquisa;

h) Escolha orientadores com excelente histórico de publicação internacional e bom histórico de orientação. Se preciso for, troque de departamento/universidade para melhores opções. Histórico de assédios ou péssima gestão de pessoas é um grande alerta!

i) Escrever bem é um treinamento (principalmente em inglês) e, quanto mais cedo o aluno praticar e aprender, melhor. Isso exige conhecimento da língua e domínio teórico;

j) Prepare-se para dar aulas em universidades privadas para alunos de profissões mais comuns como Farmácia, Biomedicina e Nutrição e que irão exigir de você conhecimentos prévios de Bioquímica Clínica, Farmacologia e Toxicologia, Bioquímica de alimentos e Bromatologia, Química e Bioquímica analíticas. De preferência, faça estas disciplinas ainda na graduação!

l) Concursos públicos para professores, dada a altíssima concorrência (200 inscritos no concurso para departamento de Bioquímica da UFV em 2021) começaram a avaliar candidatos de acordo com seu domínio em:

– Extensão (divulgação científica, interação com órgãos públicos e empresas/industrias);

– Conhecimento: atualidade, análise e síntese de conhecimentos, precisão e clareza na passagem de conhecimento;

– Didática (ensino): planejamento, ordenamento, síntese e adequação das estratégias de aprendizagem aos conteúdos. Qualidade e o uso dos recursos didáticos: materiais impressos, slides. Domínio, segurança e clareza na passagem oral de conhecimento. Fundamentação e a organização dos conteúdos. Exemplificação e aplicação dos conteúdos de acordo com a realidade profissional e social dos alunos. Adequação na distribuição de tempo para abordagem dos tópicos

– Gestão: Direção, Coordenação ou Assessoria administrativa em: setores de administração acadêmica (departamentos, pró-reitorias, cursos técnicos, núcleo docente estruturante e coordenação de cursos de graduação); Participação em comissões, câmaras e conselhos de instituições acadêmicas (por exemplo: comissão de bioética, representação oficial estudantil – CA, PET, EJ.

– Experiência profissional: Trabalho profissional no mercado de trabalho ou acadêmico/ensino anterior (concursado ou em univ. privada). Realização de parte da carreira no exterior (doutorado sanduíche, pos doc, experiência profissional).

– Publicações qualificadas (prestígio/qualidade e quantidade contam): artigos científicos, artigos de propriedade intelectual/industrial (patentes, registro de sofwares etc..), resumos, livros, capítulo de livros,

– Atividades de pesquisa: Orientação de alunos. Participação em bancas de avaliação, aprovação de projetos em órgãos de pesquisa (públicos ou privados), prestação de contas de projetos para órgãos de fomento para pesquisa (públicos ou privados). Participação em atividades de networking (Congressos). Participação em projetos de pesquisa (membro ou coordenação).

m) Prepare-se e esteja aberto para assumir postos  inicialmente em universidades privadas, universidades ou órgãos públicos de pesquisa em locais menos centrais  para a pesquisa (Norte/Nordeste do país e cidades que não são polos regionais de desenvolvimento principalmente). É desta forma que você irá pegar experiência profissional para cumprir o item acima em concursos mais disputados (Sul/Sudeste do país e cidades polo de desenvolvimento regional e nacional).

n) Prepare-se e esteja aberto para assumir postos no exterior e não somente em paises centrais. Alguns egressos fizeram parte de sua carreira na Hungria, Austria, Equador, Nova Zelândia, Itália, Portugal, Espanha e Bélgica. Outros, na França, Suiça, Alemanha, Reino Unido, EUA, Canadá, Austrália. Estes postos de trabalho podem ser uma rota de fuga da situação brasileira de pouco desenvolvimento do sistema de ciência, tecnologia e inovação e/ou pode ser um investimento em experiência profissional que permita maior competitividade em concursos ou mercado de trabalho privado.

Por fim, você deve vislumbrar a carreira acadêmica como um processo de amadurecimento e especialização constantes no sentido de te tornar, até o fim do doutorado, um pesquisador pleno, com capacidade crítica e técnica suficientes para propor seus próprios experimentos, desenhar sua própria linha de investigação de forma independente, obter seu próprio financiamento e ser capaz de produzir valor não só para o meio científico, mas também para a sociedade e para a economia do país. Conte conosco do BioquímicaBrasil para orientações no mercado de acadêmico também.

O que eu posso fazer no mercado de trabalho?

O Bacharel em Bioquímica possui dupla habilitação: técnica e legal. A habilitação legal é conferida pelo sistema CFQ/CRQ (Conselho dos profissionais da Química), de acordo com o currículo efetivamente cursado e de acordo com o  decreto 85.877 e Resoluções Normativas 36 e 277.

a) Realizar análises laboratoriais (clínicos, toxicológicos, físico-químicos, bioquímicos, microbiológicos, ambientais e bromatológicos):
Selecionar metodologias de análise. Selecionar materiais e reagentes de análise. Selecionar instrumentos e equipamentos de análise. Selecionar critérios de amostragem. Realizar coleta, identificação e acondicionamento de amostras. Realizar tratamento pré-analítico de amostras. Selecionar e medir parâmetros físicos, bioquímicos, químicos, biológicos e microbiológicos das amostras. Calibrar e aferir equipamentos e instrumentos de análises. Realizar tratamento estatístico dos dados. Analisar resultados de ensaios. Rastrear causas de alterações em resultados. Emitir pareceres, laudos e relatórios técnicos. Realizar ensaios analíticos reclamados pela indústria química, de alimentos, farmacêutica, de cosméticos entre outras. Realizar exames e ensaios analíticos reclamados pela clínica médica, tais como bioquímica clínica, química clínica, imunologia, microbiologia, hormônios, urinálise, hematologia, biologia molecular, toxicologia.

b) Produzir insumos, produtos e dispositivos tecnológicos envolvendo substâncias bioquímicas e/ou bioativas:
Definir especificações técnicas de matéria prima, embalagem, materiais, equipamentos e instalações. Estabelecer composição (formulação) de produto final. Elaborar fichas técnicas e procedimentos de produção industrial. Executar processos de produção de insumos, matéria prima e produtos. Orientar processo de envase, embalagem e acondicionamento de produtos. Estabelecer prazo de validade de produtos. Examinar relatórios de produção. Implementar ações preventivas e corretivas. Extrair, purificar e manipular biomoléculas. Manipular genes e agentes biológicos de produção. Desenvolver e produzir biomateriais, dispositivos tecnológicos e bioprodutos. Efetuar controles de segurança química e de biossegurança.

c) Desenvolver metodologias analíticas, produtos e processos:
Planejar, executar e validar melhorias contínuas e novas metodologias analíticas, produtos e processos. Estimar custo-benefício. Elaborar normas e fichas técnicas. Desenvolver equipamentos, instrumentos e ferramentas para análise e produção industrial. Desenvolver programas de computador (softwares) específicos. Testar equipamentos, protótipos, materiais, processos e métodos. Realizar testes em escala laboratorial e em plantas-piloto. Participar de transferência de tecnologia. Efetuar análise estatística de dados. Pesquisar processos, materiais e equipamentos. Prospectar soluções tecnológicas.

d) Realizar Controle, Garantia e/ou Gestão de qualidade:
Executar ensaios de controle de qualidade. Validar métodos de análise, produtos, processos e equipamentos. Definir e analisar indicadores de qualidade. Definir e seguir ferramentas da qualidade. Monitorar processos e sugerir mudanças e correções. Inspecionar o uso de amostras, materiais e equipamentos. Selecionar e qualificar fornecedores. Certificar e Homologar produtos. Realizar auditorias técnicas. Elaborar e controlar documentos do sistema de gestão da qualidade. Administrar não conformidades. Adotar práticas de segurança química e biossegurança. Efetuar análise estatística de dados.

e) Coordenar e realizar gestão de atividades bioquímicas:
Planejar e coordenar atividades de equipe de trabalho. Inspecionar o cumprimento de boas práticas de atividades. Assessorar clientes e fornecedores em questões técnicas. Exercer a responsabilidade técnica pelas atividades. Realizar auditorias técnicas. Estabelecer e gerir cronogramas, orçamentos e metas. Estudar impacto e viabilidade técnica, econômica e social das atividades. Avaliar preceitos éticos e legais da atividade. Obter licença de órgãos governamentais e agências reguladoras necessárias à atividade. Elaborar programa de biossegurança e segurança química. Elaborar programa de gerenciamento de resíduos. Participar de comissões/comitês de ética, biosseguridade, biossegurança e segurança química e de boas práticas. Prospectar soluções tecnológicas. Elaborar cronograma físico-financeiro de projetos. Consultar normas técnicas, de segurança e legislação.

f) Efetuar Pesquisas técnico-científicas:
Avaliar demandas de mercado, da ciência básica e da sociedade. Identificar objeto de estudo científico. Realizar pesquisa bibliográfica. Formular e validar hipóteses, modelos e teorias. Estruturar protocolos de testes e ensaios experimentais. Identificar parceiros e colaboradores. Gerar e analisar dados. Validar hipóteses, modelos e teorias. Disseminar e gerenciar conhecimento produzido. Elaborar projeto de pesquisa científico-tecnológica. Identificar instituições para financiamento de pesquisa. Submeter projeto às comissões de ética em pesquisa. Submeter projeto instituições para financiamento de pesquisa. Participar de comitê / comissão de ética em pesquisa. Avaliar projetos e emitir parecer técnico-científico sobre eles. Definir e executar políticas de disseminação e gerenciamento de conhecimento científico-tecnológico. Efetuar análise estatística de dados. Prospectar soluções tecnológicas.

g) Disseminar e gerencias conhecimento científico-tecnológico (dados, docência, cursos, palestras, eventos, consultoria):
Definir tema e estrutura de aulas, cursos e eventos científicos. Elaborar material didático, relatórios técnico-científicos, patentes. Preparar atividades práticas em campo e laboratório. Apresentar trabalhos em eventos científicos. Submeter patentes a registro. Submeter trabalhos científicos para publicação. Orientar estudantes de ensino médio, graduação e pós-graduação. Redigir relatórios de pesquisa. Organizar eventos para comunidade científica. Organizar eventos para comunidade não científica. Participar de transferência de conhecimentos e tecnologia. Garantir segurança, confidencialidade e integridade dos dados.

h) Prestar Consultoria e Assessoria técnica:
Fornecer subsídios científicos para formulação de políticas públicas. Assessorar setor público e privado na solução de problemas técnicos. Realizar visitas técnicas. Identificar necessidades do cliente. Identificar problemas técnicos. Propor alternativas para solução de problemas. Propor melhorias no processo de fabricação e produto. Resolver problemas técnicos. Prospectar soluções tecnológicas. Comércio, representação técnica e marketing de produtos bioquímicos e laboratorial.

 

Sugestões de Leitura

Uma profissão, várias carreiras

Pense bem antes de seguir carreira acadêmica.

O Bioquímico na indústria    

O Bioquímico nas análises clínicas 

A questão salarial

Explore a página Editoriais, onde temos entrevistas com egressos mostrando seu dia a dia, como chegaram lá e como enfrentaram dificuldades: https://bioquimicabrasil.com/editoriais/

Explore a página de exemplos de empregos, onde trazemos um compilado semestral de vagas de emprego pedindo bioquímicos e suas exigências: https://bioquimicabrasil.com/emprego/

Qual a diferença entre Estágio e Iniciação Científica?
Ainda que digam o contrário, a verdade é que IC não pode ser colocado no mesmo patamar que um Estágio em empresas e industrias, pois são ambientes muito diferentes e que exigem habilidades humanísticas (softskils) muito diferentes entre si. Uma complementa a outra.
A interpretação dos empregadores é que IC está no mundo da escola, da academia, por isso você aprende tecnologias e competências hardskils e softskils atrelados ao ambiente acadêmico. Por outro lado, o estágio está no mundo real de empresas e indústrias, que irão exigir competências softkills diferentes daquelas proporcionadas pelo ambiente acadêmico, mas pode vir a aproveitar as tecnologias e hardskills do IC.
Algumas diferenças:
1. Como a academia é um ambiente de aprendizado, a tolerância ao erro é maior que em empresas e indústrias, onde um erro pode custar muito em termos financeiros.
2. Geralmente na academia o diálogo ocorre entre pessoas com formações semelhantes, ainda que a academia ache transdiciplinar juntar no mesmo time fisiologistas, bioquímicos e engenheiros, todos mestres, doutores, pós doutores. No mundo corporativo suas reuniões geralmente terão técnicos de laboratório, mestres, economistas, gestores de produção, administradores, contadores, psicológos de RH além do corpo técnico, cada um com níveis de experiência e escolaridade diferentes entre si! (isso sim é transdisciplinar).
3. Na academia os horários são flexíveis, o que significa maior tendência a desenvolver procrastinação (o famoso deixar atividades para depois), ambientes tóxicos (gastar o tempo mais com críticas e fofocas) ou longas jornadas de trabalho (workholics). Porém, em empresas e industrias, em função da necessidade de se cumprir um horário fixo, as pessoas precisam desenvolver agilidade de trabalho (o contrário de deixar pra depois), não perder tampo com críticas e fofocas tóxicas e cumprir o seu trabalho em jornadas fixas de trabalho, com obrigatoriedade de respeitar a CLT com relação a descansos semanais e entre os dias de trabalho, além de férias.
4. Na academia o ambiente pede para que você comece a desenvolver o pensamento voltado para desafiar a fronteira do conhecimento, mas muitas vezes em empresas e industrias isso não é necessariamente requerido. Geralmente em empresas e industrias o que é requerido é conhecimento técnico para lidar com clientes, manutenção da qualidade de produtos, processos e serviços e desenvolvimento e inovação em produtos, processos e serviços. Aspectos regulatórios também podem ser pedidos no ambiente empresarial/industrial e que não são tão vistos no ambiente de desafio de fronteira do conhecimento presente na academia.
Por isso a experiência de um estágio em empresas e indústrias é completamente diferente da experiência de IC. Como quem vai contratar você não é alguém da academia, você deve seguir a visão do empregador independente de concordar ou não. Ou seja, faça quantas ICs seja necessário, mas saia da academia e faça um Estágio em empresas e industrias!
Se você tiver que fazer um estágio que não vai contabilizar créditos pra sua graduação, por favor, faça!
Faça pela experiência de estar no mercado de trabalho e poder dizer com mais certeza se é isso que você quer ou se você deseja a academia.
Um ponto importante: a tendência é que o Brasil siga os países desenvolvidos e o Estado não dê conta de financiar tantas pesquisas científicas assim, logo outro importante financiador são justamente empresas e indústrias. Mesmo que você não queira exercer a profissão em empresas e industrias, mas sim rumar para pesquisa científica, compreender a dinâmica corporativa e do mercado de trabalho será importante para buscar financiamento para suas pesquisas e mesmo para orientar seus futuros alunos.
Assista o vídeo sobre o bioquímico no programa de estágios de uma indústria farmacêutica: bioquímico e indústria farmacêutica
Como devo gerir minha carreira?

É muito comum quando somos alunos termos inseguranças com relação a suficiência de conteúdo teórico e prático para entrar no mercado de trabalho ou mercado acadêmico. Da experiência dos egressos, o problema todo não é se especializar ou não, mas sim fazera correta gestão de carreira!

Mercado de trabalho:
Da experiência dos egressos, o conteúdo teórico e prático é o suficiente para entrar no mercado de trabalho. Por menos que possa parecer,conhecimentos básicos de microbiologia, química orgânica, química analítica, bioquímica analítica, estatística fazem muita diferença!

Nossa recomendação de gestão de carreira é: entre primeiro no mercado de trabalho, sinta o que o mercado precisa, sinta como você pode agregar valor ao mercado e só então decida por uma especialização. Egressos que se especializaram antes de entrar no mercado de trabalho tiveram na realidade muito mais dificuldade de encontrar um emprego, pois o mercado de trabalho não é bobo: muito curso de especialização sem vivência prática e de vida (experiência profissional) significa um profissional sem rumo e sem amadurecimento!!
Além de afunilar as oportunidades do mercado para uma área só e, claro, ser um profissional mais caro devido ao nível de especialização. Depois que você entra no mercado de trabalho, é comum em até dois a três anos você conseguir galgar posições dentro da empresa e a partir de então fica mais claro para você em qual área se especializar.

Muitos egressos se especializaram em questões técnicas específicas da indústria em que trabalham (cosméticos, cervejas, vinhos, fármacos, análises clínicas), se tornando especialistas ou em questões gerenciais (gestão da qualidade, gestão de projetos, gestão de
inovações, investimentos e fomento), se tornando coordenadores, supervisores ou gerentes.
De uma forma geral, você vai se encontrando e sendo ajudado, porque o gerenciamento de carreira é parte muito importante do funcionamento do mercado de trabalho. Conte conosco do BioquímicaBrasil para iniciar esse trabalho voltado para o mercado de trabalho.

Recomendamos enfaticamente que o aluno e o egresso mantenham sempre um plano A, um plano B e um plano C.

Desta forma o aluno ou egresso conseguirá ter renda em momentos que não consiga se colocar no mercado acadêmico ou de trabalho de sua preferência, especialmente considerando o panorama árido e difícil relacionado a pesquisas científicas e biotecnologia do país.

Recomendamos enfaticamente esses planos alternativos foquem os mercados:

  • Bioquímica Clínica, Toxicológica e de Diagnóstico molecular: Devido a sempre ter demanda por contratações e concursos e por estar disponível em todo território nacional.
  • Bioquímica de alimentos e bromatologia:  Devido a sempre ter demanda por contratações por estar disponível em todo território nacional.
  • Processos Bioquímicos e Fermentativos Industriais: Devido a existência de uma industria já tradicional instalada no Brasil, envolvendo produção de queijos, iogurtes, cervejas, vinhos, fitoquímicos e fitoterápicos e modernamente estar consolidando parque fabril relacionado a biofármacos e biocombustíveis.

Mercado acadêmico:

Sobre Vagas no mercado de trabalho ou acadêmicas

Recomendamos enfaticamente ler os textos:

https://bioquimicabrasil.com/2016/12/11/responsabilidade-individual-e-carreira-20-dicas/

https://bioquimicabrasil.com/2016/08/28/salario-bioquimico/

80% das vagas não são publicadas! Elas são preenchidas antes, seja porque o RH monitora perfis no Linkedin para uma abordagem ativa, seja porque o RH acolhe uma recomendação (QI) de alguém de dentro da empresa que já trabalhou com alguém de fora desta empresa.

Invista sim na busca por vagas, mas na medida do possível, busque Inverter a lógica: ao invés de vc procurar vagas, faça vc ser procurado pelas empresas. Isso se consegue com:

– devida exposição no Linkedin (não vá se queimar heim!, deixe a política, o futebol e as festas para as redes sociais corretas. Linkedin é rede social para a carreira profissional!),

-entrevistas de trabalho que deixem uma ótima impressão e que faça você ser lembrado pelo empregador mesmo que você não conquiste a vaga. Acredite, bioquímicos já foram chamados meses após uma dada entrevista, para outros cargos, em função da ótima impressão deixada em uma entrevista.

– networking do dia a dia do estágio em empresa ou trabalho: deixar uma ótima impressão sobre o seu trabalho técnico e seu convívio como pessoa em ambientes de trabalho favorece não apenas uma promoção interna, mas também favorece a recomendação do seu trabalho para outras empresas.

 

Mercado acadêmico:

Recomendamos enfaticamente que o aluno e o egresso mantenham sempre um plano A, um plano B e um plano C em face de:

– Escassez de concursos públicos voltados para pesquisa e docência universitária;

– Altíssima concorrência, dada a superprodução de mestres e doutores frente a realidade econômica do país. No último concurso para o departamento de Bioquímica da UFV (2021) a concorrência foi de 219 por vaga. Todos com currículos altamente competitivos e alguns já professores de instituições como Universidade Federal do Ceará e Universidade Estadual de Minas Gerais.

 

Desta forma o aluno ou egresso conseguirá ter renda em momentos que não consiga se colocar no mercado acadêmico ou de trabalho de sua preferência, especialmente considerando o panorama árido e difícil relacionado a pesquisas científicas e biotecnologia do país.

Recomendamos enfaticamente esses planos alternativos foquem os mercados:

  • Bioquímica Clínica, Toxicológica e de Diagnóstico molecular: Devido a sempre ter demanda por contratações e concursos e por estar disponível em todo território nacional.
  • Bioquímica de alimentos e bromatologia:  Devido a sempre ter demanda por contratações por estar disponível em todo território nacional.
  • Processos Bioquímicos e Fermentativos Industriais: Devido a existência de uma industria já tradicional instalada no Brasil, envolvendo produção de queijos, iogurtes, cervejas, vinhos, fitoquímicos e fitoterápicos e modernamente estar consolidando parque fabril relacionado a biofármacos e biocombustíveis.

De uma forma geral, em função da necessidade de desafiar a fronteira do conhecimento, dominar muitas técnicas, ter um forte aprofundamento científico e entregar artigos, pôsteres, resumos, dissertações e teses, o gerenciamento de carreira no mercado acadêmico é deixado para um segundo plano, o que é um grande erro!
Uma boa gestão de carreira acadêmica deve incluir aprendizados, desde a iniciação científica sobre:

a) A estrutura de fomento e financiamento para pesquisas e bolsas;

b) Políticas de ciência e tecnologia nacionais e regionais (áreas estratégicas de pesquisa do MCTI, Marco Legal de Ciência e Tecnologia);

c) Técnicas de disseminação de conhecimento (ensino e extensão);

d) Técnicas de gestão de projetos: gestão de recursos humanos, cronograma, orçamento, escopo, metas e objetivos Smart, gestão de infra-estrutura e equipamentos, gestão de comunicações e das partes interessadas no projeto, gestão de riscos e plano de rotas alternativas etc…

e) Relacionamentos com indústrias, órgãos públicos não universitários, instituições internacionais;

f) mobilidade acadêmica: se fez IC em uma universidade, dê preferência para Mestrado ou Doutorado em outras (principalmente em grandes centros). Isso ajuda a ter uma percepção mais madura sobre o dia-a-dia de “fazer ciência” e evita o ostracismo científico;

g) Networking científico nacional e internacional é importante. Congressos e um Twitter profissional ajudam muito a conhecer novos pesquisadores e grupos de pesquisa;

h) Escolha orientadores com excelente histórico de publicação internacional e bom histórico de orientação. Se preciso for, troque de departamento/universidade para melhores opções. Histórico de assédios ou péssima gestão de pessoas é um grande alerta!

i) Escrever bem é um treinamento (principalmente em inglês) e, quanto mais cedo o aluno praticar e aprender, melhor. Isso exige conhecimento da língua e domínio teórico;

j) Prepare-se para dar aulas em universidades privadas para alunos de profissões mais comuns como Farmácia, Biomedicina e Nutrição e que irão exigir de você conhecimentos prévios de Bioquímica Clínica, Farmacologia e Toxicologia, Bioquímica de alimentos e Bromatologia, Química e Bioquímica analíticas. De preferência, faça estas disciplinas ainda na graduação!

l) Concursos públicos para professores, dada a altíssima concorrência (200 inscritos no concurso para departamento de Bioquímica da UFV em 2021) começaram a avaliar candidatos de acordo com seu domínio em:

– Extensão (divulgação científica, interação com órgãos públicos e empresas/industrias);

– Conhecimento: atualidade, análise e síntese de conhecimentos, precisão e clareza na passagem de conhecimento;

– Didática (ensino): planejamento, ordenamento, síntese e adequação das estratégias de aprendizagem aos conteúdos. Qualidade e o uso dos recursos didáticos: materiais impressos, slides. Domínio, segurança e clareza na passagem oral de conhecimento. Fundamentação e a organização dos conteúdos. Exemplificação e aplicação dos conteúdos de acordo com a realidade profissional e social dos alunos. Adequação na distribuição de tempo para abordagem dos tópicos

– Gestão: Direção, Coordenação ou Assessoria administrativa em: setores de administração acadêmica (departamentos, pró-reitorias, cursos técnicos, núcleo docente estruturante e coordenação de cursos de graduação); Participação em comissões, câmaras e conselhos de instituições acadêmicas (por exemplo: comissão de bioética, representação oficial estudantil – CA, PET, EJ.

– Experiência profissional: Trabalho profissional no mercado de trabalho ou acadêmico/ensino anterior (concursado ou em univ. privada). Realização de parte da carreira no exterior (doutorado sanduíche, pos doc, experiência profissional).

– Publicações qualificadas (prestígio/qualidade e quantidade contam): artigos científicos, artigos de propriedade intelectual/industrial (patentes, registro de sofwares etc..), resumos, livros, capítulo de livros,

– Atividades de pesquisa: Orientação de alunos. Participação em bancas de avaliação, aprovação de projetos em órgãos de pesquisa (públicos ou privados), prestação de contas de projetos para órgãos de fomento para pesquisa (públicos ou privados). Participação em atividades de networking (Congressos). Participação em projetos de pesquisa (membro ou coordenação).

m) Prepare-se e esteja aberto para assumir postos  inicialmente em universidades privadas, universidades ou órgãos públicos de pesquisa em locais menos centrais  para a pesquisa (Norte/Nordeste do país e cidades que não são polos regionais de desenvolvimento principalmente). É desta forma que você irá pegar experiência profissional para cumprir o item acima em concursos mais disputados (Sul/Sudeste do país e cidades polo de desenvolvimento regional e nacional).

n) Prepare-se e esteja aberto para assumir postos no exterior e não somente em paises centrais. Alguns egressos fizeram parte de sua carreira na Hungria, Austria, Equador, Nova Zelândia, Itália, Portugal, Espanha e Bélgica. Outros, na França, Suiça, Alemanha, Reino Unido, EUA, Canadá, Austrália. Estes postos de trabalho podem ser uma rota de fuga da situação brasileira de pouco desenvolvimento do sistema de ciência, tecnologia e inovação e/ou pode ser um investimento em experiência profissional que permita maior competitividade em concursos ou mercado de trabalho privado.

Por fim, você deve vislumbrar a carreira acadêmica como um processo de amadurecimento e especialização constantes no sentido de te tornar, até o fim do doutorado, um pesquisador pleno, com capacidade crítica e técnica suficientes para propor seus próprios experimentos, desenhar sua própria linha de investigação de forma independente, obter seu próprio financiamento e ser capaz de produzir valor não só para o meio científico, mas também para a sociedade e para a economia do país. Conte conosco do BioquímicaBrasil para orientações no mercado de acadêmico também.

 

 

Sugestões de Leitura

Uma profissão, várias carreiras

Pense bem antes de seguir carreira acadêmica.

O Bioquímico na indústria    

O Bioquímico nas análises clínicas 

A questão salarial

Explore a página Editoriais, onde temos entrevistas com egressos mostrando seu dia a dia, como chegaram lá e como enfrentaram dificuldades: https://bioquimicabrasil.com/editoriais/

Explore a página de exemplos de empregos, onde trazemos um compilado semestral de vagas de emprego pedindo bioquímicos e suas exigências: https://bioquimicabrasil.com/emprego/

Existem exemplos de empregos para Bioquímicos?

Sim. Recomendamos:

  • Explorar o Linkedin com palavras chaves ” bioquímico” ”bioquímica” ”bacharelado”  para encontrar egressos que estejam no mercado de trabalho e verificar onde estão trabalhando e suas carreiras.
  • Explorar a página Editoriais, onde temos entrevistas com egressos mostrando seu dia a dia, como chegaram lá e como enfrentaram dificuldades: https://bioquimicabrasil.com/editoriais/
  • Explorar a página de exemplos de empregos, onde trazemos um compilado semestral de vagas de emprego pedindo bioquímicos e suas exigências: https://bioquimicabrasil.com/emprego/
  • Ler sobre sálarios e piso salarial em: https://bioquimicabrasil.com/2016/08/28/salario-bioquimico/
  • De acordo com o último censo realizado pelo BioquímicaBrasil em 2023, bioquímicos estão trabalhando em empresas multinacionais, nacionais de grande porte e nacionais de porte médio e pequeno (regionais). Alguns fundaram suas próprias empresas e outros estão trabalhando em órgãos públicos ou empresas públicas com concursados estatutários ou CLT.

    Segue abaixo a listagem de empresas e órgãos públicos mais conhecidos e que possuem bioquímicos atuando ou que já atuaram nelas, como referência para você leitor:

    Alimentos: JBS SEARA, Forno de Minas, Prozyn, LightSweet adoçantes, Ambev, Stevia Soul

    Papel e Celulose: Klabin, Suzano

    Cosméticos e bem estar: Natura, BioExtratus, Reckitt, International Flavors and Fragrances- IFF

    Farmacêutica humana: União Química, Fundação Butantan, Fiocruz- Biomanguinhos, Bionovis,  EMS, Eurofarma,Pratti Donaduzzi.

    Farmacêutica veterinária: Vaxxinova,  Ourofino Veterinária, Ceva vacinas veterinárias

    Agro: Embrapa, Lanagros (Laboratórios oficiais do Ministério da Agricultura) Vittia, LongPing Hightech, Ourofino agrociência, Superbac,  JBS Campo Forte Fertilizantes, Solubio.

    Biocombustíveis: FS Bioenergia, Senai-MS ISI Biomassa, CNPEM

    Ambiental:  SAAE-Formiga, SAAE-Muriaé

    Diagnóstico Clínico:  Hermes Pardini, Roche, Labtest, Prefeituras municipais de MG (serviços de análises clínicas)

    Hospitais: Hospital Albert Einstein SP , Hospital Santa Monica-Grupo NotreDame Intermedica, Hospital Care

    Forenses: Polícias Científicas ou setores forenses de Polícias estaduais em SP, RJ, MG, ES

    Vendas Técnicas, Marketing e Assessoria científica: Anttoon Paar, Perkin Elmer, Thermo Fischer

    Serviços administrativos ligados a pesquisa, desenvolvimento, inovação, qualidade ou produção: INPI, Sistema Fiep, Wylinka, ABGI, Endeauvour, Biominas, Fundep,

    Empresas fundadas por bioquímicos: OneSkin, Sintase consultoria, Recombine Biotech, APEXzymes, Elcana alimentos, Microbiotec

    Órgãos públicos diversos: Inmetro, Universidades públicas, Fiocruz

Como está o panorama para concursos públicos?
De acordo com as experiências passadas de egressos, ao ler um edital, é necessário atentar para algumas entrelinhas:

 

  1. Match entre diploma e conselho requerido com as funções a serem desempenhadas e com os conteúdos da prova;
  2. Verificação se o perfil é compatível com perfil de profissional da química;
  3. Verificar prazos para retificação!

 

Ao tentar cargos que não contemplem profissionais da química, observamos os seguintes riscos a uma eventual posse:

 

  1. das profissões e conselhos citados no edital contestarem a sua posse;
  2. de setores internos do órgão público e seu ambiente de trabalho contestarem sua posse e sua capacidade técnica (com base na experiência real de bioquímicos);
  3. do sistema CRQ/CFQ, em situação de fiscalização, não concordar com sua posse.

 

 

Nas três condições acima isso tornaria sua manutenção no cargo como algo em risco permanente e o bioquímico viveria com receios de perder o cargo. Algo seguro se tornaria inseguro.

 

O processo de retificação de um edital de acordo com nossa experiência dependerá:

 

  1. Do passo a passo e prazos definidos no edital;
  2. Do quão flexível e disponível estará o órgão público para mudar o edital;
  3. Um match entre o perfil de profissional da química com o cargo e entre o perfil do bioquímico com o cargo;
  4. Eventuais ajudas na argumentação legal e técnica junto ao órgão que está realizando o concurso (ajudamos nisso) na argumentação.

 

Caso necessite de uma análise de situação sobre um dado concurso, nos procure primeiro antes de qualquer coisa!

Temos o expertise, documentações oficiais e rede de contatos necessários para te auxiliar!

Para isso, basta entrar na aba contatos e nos deixar uma mensagem.

 

Na medida do possível, tente investigar como o é o ambiente interno do órgão público.

Às vezes, o órgão possui inoperância e incompetência e sinais de corrupção/desvios, outras vezes é tomado por pessoas difíceis e instalações precárias.

Nesse momento sugerimos pensar 5x antes de definir aquele órgão público com algo para vida toda.

Sempre é possível fazer outro concurso, para outro lugar e sempre é possível sair do serviço público e ter seu próprio negócio sem traumas.

 

Como o sistema CFQ/CRQ vê os concursos?

 

Com base na postagem de 08/09/2021 do sistema CFQ/CRQ em suas mídias sociais (Facebook, Instagram):

 

”O Sistema CFQ/CRQs também orienta sobre a elaboração de editais de concursos públicos nas titulações exigidas e atribuições profissionais frente à descrição dos cargos.

 

Não é o título que confere ao profissional o campo de atuação dentre as diversas atribuições possíveis, mas sim a estrutura curricular do curso da área da Química.

Com base nisso, somente após a avaliação da estrutura curricular há a concessão do registro profissional e a definição de suas atribuições, parâmetro para avaliar a competência de exercer ou não os cargos abertos e em disputa em concurso público.

 

A análise da qualificação profissional pelas bancas organizadoras exige conhecimento da legislação específica. O Sistema CFQ/CRQs orienta que haja a exigência de apresentação de certidão complementar expedida pelo Conselho Regional de Química sobre a possibilidade de atuação no cargo em disputa dos certames, conforme a atuação que desempenhará.”

 

Com isto orientamos que os bioquímicos possuam, ainda na graduação, disciplinas sobre o universo dos concursos que mais tem pedido bioquímicos:

 

  1. Análises Clínicas (Bioquímica Clínica, Microbiologia Clínica, Toxicologia);
  2. Alimentos (Química de alimentos, Bromatologia/Análises de alimentos, Microbiologia de alimentos);
  3. Ambiental (Análises de águas, Química ambiental).
 É possível  concorrer  em concursos  em  que  o  cargo  requeira  diplomação  inferior  à  que possui,  como,  por  exemplo,  ser  Bioquímico  e  o  requisito  do  cargo  for   Técnico  em  Química? 
  Resposta do sistema CFQ/CRQ:  ”Recomenda-se  a  consulta  ao  órgão público,  a  fim  de  sanar  a  dúvida,  pois  as  decisões judiciais  caminham  em  direção  à  autonomia  da  administração  pública  na  tomada  de  decisões para  as  atribuições dos cargos, quando o certame está em trâmite. ”
   Nota do BQIBR: De uma forma geral, quem pode mais, pode menos, então não têm sido vistos problemas para o bioquímico assumir cargos de diplomação inferior na esfera pública.
 
 É possível  concorrer  em concursos  em  que  o  cargo  requeira  diplomação  de químico e engenheiro químico (ou equivalentes como engenheiro de alimentos ou engenheiro ambiental) por exemplo? 
     Sim, desde que a descrição do cargo seja compatível com o currículo do Bioquímico. Recomendamos dar preferência por disputar cargos que indicam ou incluam diplomação referente aos profissionais da química e evitar disputas com outros profissionais (farmacêuticos, biomédicos, biológos etc…)
 
 É possível  concorrer  em concursos  em  que  o  cargo  requeira  diplomação  de farmacêutico, biólogo ou biomédico, por exemplo? 
Sim, desde que a descrição do cargo seja compatível com o perfil de profissionais da química que somos e que seja compatível com a legislação do sistema CFQ/CRQ.
 Envie o edital para nós do BQIBR analisarmos através da aba Contatos e leia as recomendações que temos na aba concursos. 
   Nesta situação vale também a resposta anterior do sistema CFQ/CRQ  a respeito de consultar o órgão público que realiza o concurso.
Neste caso, todos os envolvidos (órgão público, sistema CFQ/CRQ, bioquímicos) irão avaliar o perfil do cargo, os instrumentos jurídicos disponíveis, prazos definidos pelo Edital e requisitos profissionais do órgão público para ver se vale a pena realizar a inclusão de profissionais da química (químicos, bioquímicos e engenheiros) na disputa pelo cargo.
Respaldo legal para atuação profissional e Sistema CFQ/CRQ
 

Os bacharéis em Bioquímica estão formalmente reconhecidos e regulamentados pelo  Sistema do Conselho Federal dos Profissionais da Química (CFQ/CRQ). 

Enquanto a Universidade fornece conteúdos que irão dar respaldo em termos de conhecimento científico/tecnológico/técnico ao profissional, o sistema CFQ/CRQ irá analisar esses conteúdos e fornecer respaldo em termos legais e fiscalizatórios para o  mercado de trabalho e acadêmico, tanto público quanto privado. 
 

Com isto temos amparo legal, de acordo com o currículo efetivamente realizado a nível de graduação e de acordo com o escopo de profissionais da química definido pelo sistema CFQ/CRQ, para exercer:

 
1. Atividades profissionais (atribuições) nas áreas de alimentos (inclusive nutrição humana e animal), agroquímica (inclusive nutrição vegetal), cosméticos e ambiental, de acordo com  o decreto 85877/1981, a RNs 36,224,226 e 277 e de acordo com disciplinas constantes ou inspiradas naquelas constantes nas RNs 257 e 259 do sistema CFQ/CRQ;
 
2. Atividades profissionais (atribuições) nas áreas farmoquímica (inclusive humana e animal) e de análises clínicas (inclusive humana e veterinária), de acordo com o decreto 85877/1981 e RNs 36 e 224;
 
3. Atividades profissionais (atribuições) nas áreas de  bioprocessos e biotecnologia, de acordo com a RN 277;
 
Da mesma forma, temos outros direitos e deveres estipulados pelo sistema CFQ/CRQ:
 
4.Obedecimento ao código de ética dos profissionais da química, definido por RO 927/1970 e RO 9593/2000);
 
5. Registro (carteira profissional), fiscalização e orientação profissional, definido por RN 304/2022, RO 30271/2021 e RO 29361/2020).
 
6. Atuação junto a órgãos públicos para inclusão e/ou esclarecimentos sobre o profissional bioquímico, especialmente no que se refere a concursos públicos.
 
7. Pagamento de taxa anual para renovação do registro profissional, definido por resolução normativa anual.
 
 
Felizmente, todo esse juridiquês já está explicado  em linguagem mais acessível em todo o nosso site 🙂
 
  
Perguntas frequentes ao sistema CFQ/CRQ de interesse do Bacharel em Bioquímica (com tradução do BQIBR para linguagem acessível)
 
1) Existe  piso salarial ?
 Resposta do sistema CFQ/CRQ:  ”O sistema CFQ/CRQ orienta a procurar  o  sindicato  da  categoria  profissional para  verificar  se  existe  convenção  ou  acordo  coletivo  de  trabalho  que  trata  sobre  o  piso  salarial na região e orienta a desvincular o piso do valor do salário mínimo vigente para efeitos de cálculo. ”
   O BQIBR traduz para você: convenções e acordos coletivos são derivados de negociações entre sindicatos e empresas e, no fim, costumam refletir o momento econômico do país e o momento do mercado de trabalho da região. Além do sindicato, outra forma de obter o valor salarial é através de sites como Glassdoor e esta é a nossa recomendação, por ser mais rápida que uma consulta a um sindicato. 
 
2) Como faço minha carteira do CRQ? 
 
2.1) Registro e recebimento de carteira no ato da Colação de grau (resoluções de 2021, ainda sendo implementadas): 
 
Caso tenha dúvidas sobre o registro e recebimento de carteira na colação de grau, ligar/enviar email para o CRQ-MG ou CRQ-PR:
 
2.2) Registro e recebimento de carteira após formado:  Exemplo do CRQ-SP: Clique aqui
Geralmente o profissional da química recebe número de protocolo no ato da formalização do pedido de registro, sendo este o número de registro e que basta para a maioria das atividades profissionais. A carteira física leva cerca de 30 dias para ficar pronta
É possível pedir isenção de anuidade sem perda de direitos/deveres profissionais em caso de desemprego, mediante solicitação ao CRQ de sua região de moradia. 
É possível cancelar o registro caso o profissional opte por não atuar profissionalmente vinculado a alguma área de química. 
É possível transferir a sua carteira profissional dos Estados de MG e PR para outros Estados
 
3) É possível  concorrer  em concursos  em  que  o  cargo  requeira  diplomação  inferior  à  que possui,  como,  por  exemplo,  ser  Bioquímico  e  o  requisito  do  cargo  for   Técnico  em  Química? 
  Resposta do sistema CFQ/CRQ:  ”Recomenda-se  a  consulta  ao  órgão público,  a  fim  de  sanar  a  dúvida,  pois  as  decisões judiciais  caminham  em  direção  à  autonomia  da  administração  pública  na  tomada  de  decisões para  as  atribuições dos cargos, quando o certame está em trâmite. ”
   Nota do BQIBR: De uma forma geral, quem pode mais, pode menos, então não têm sido vistos problemas para o bioquímico assumir cargos de diplomação inferior na esfera pública.
 
4)  É possível  concorrer  em concursos  em  que  o  cargo  requeira  diplomação  de químico e engenheiro químico (ou equivalentes como engenheiro de alimentos ou engenheiro ambiental) por exemplo? 
     Sim, desde que a descrição do cargo seja compatível com o currículo do Bioquímico. Recomendamos dar preferência por disputar cargos que indicam ou incluam diplomação referente aos profissionais da química e evitar disputas com outros profissionais (farmacêuticos, biomédicos, biológos etc…)
 
5)  É possível  concorrer  em concursos  em  que  o  cargo  requeira  diplomação  de farmacêutico, biólogo ou biomédico, por exemplo? 
Sim, desde que a descrição do cargo seja compatível com o perfil de profissionais da química que somos e que seja compatível com a legislação do sistema CFQ/CRQ.
 Envie o edital para nós do BQIBR analisarmos através da aba Contatos e leia as recomendações que temos na aba concursos. 
   Nesta situação vale também a resposta anterior do sistema CFQ/CRQ  a respeito de consultar o órgão público que realiza o concurso.
Neste caso, todos os envolvidos (órgão público, sistema CFQ/CRQ, bioquímicos) irão avaliar o perfil do cargo, os instrumentos jurídicos disponíveis, prazos definidos pelo Edital e requisitos profissionais do órgão público para ver se vale a pena realizar a inclusão de profissionais da química (químicos, bioquímicos e engenheiros) na disputa pelo cargo.
 
6) Sobre ser RT (Responsável Técnico):
 
É a empresa que apresenta ao CRQ o contrato de responsabilidade técnica com o químico pelas suas atividades.
Os CRQs irão  avaliar caso a caso os processos de indicação de responsáveis técnicos. O primeiro ponto analisado é se há compatibilidade entre a formação profissional do indicado com as atividades desenvolvidas pela empresa.  Outros itens levados em consideração: porte da empresa e horário de trabalho do profissional indicado. Por essa razão, só é possível saber se um profissional pode ou não assumir a RT depois que o seu nome for avaliado pelo conselho.
Caso tenha dúvidas, ligar/enviar email para o CRQ-MG ou CRQ-PR:
Ser Bioquímico(a) é para você?
 

Ao longo do tempo temos observado algumas situações referentes a desistências da profissão de bioquímico. Ao analisarmos as carreiras e opiniões de egressos que desistiram, percebemos que vários fatores se repetiam e que podem vir a auxiliar tomadas de decisão de alunos/egressos, seja para evitar o mesmo caminho de desistência, seja para decidir pela virada de página.

Afinal, você não está limitado a uma decisão feita quando tinha 17/18 anos!

Fatores de desistência:

Ausência de estágios fora da academia: Outros apontaram que ter uma visão real do mercado de trabalho e comparar com a iniciação científica faz com que você não romantize ou se iluda com um ou com outro caminho. Tendo uma noção de como as coisas funcionam permitirá a você decidir o melhor caminho para você.

Não fiz o dever de casa: Alguns egressos confessaram que foram alienados/displicentes com o pensar sobre a profissão e carreira bem como com a condução de suas carreiras. Deixaram a vida os levar, de forma passiva, sem estudarem e considerarem qual tipo de carreira eles estavam construíndo ou que gostariam de construir. Geralmente esses egressos se dividem em dois grupos:

A. Os que passaram tempo demais focados unicamente em estudos, experimentos.

B. Os que passaram mais tempo em festas, navegando na internet/mídias sociais, fazendo críticas destrutivas à profissão.

Nos dois casos, o egresso sofre por decisões que ele fez ao longo da graduação e o afetam diretamente na hora de concorrer por vagas em um mercado de trabalho competitivo

Não fazer networking com egressos: Se isolar dos egressos te impede de entender razões do sucesso e do insucesso de bioquímicos que vieram antes de você. Com isso você deixa de ganhar informações que irão te permitir tomar decisões mais conscientes, com base em experiências passadas.

Ausência de autoconhecimento: Alguns egressos disseram que não investiram tempo em autoconhecimento, seja para decidir:

A) Qual carreira deseja seguir na Bioquímica

B) Se bioquímica é a profissão que deseja realmente seguir,

C) Qual ambiente físico deseja trabalhar (escritório, indústria, home-office, sala de aula, laboratório etc..) e qual rotina deseja ter (regrada, com horários fixos ou flexível, sempre no mesmo local ou viajando de tempos em tempos etc..).

Não ter repertório: Observamos que muitos casos de desistência se referem a fixações pessoais em uma dada atuação muito específica: “só quero ser bioquímico se eu for professor apenas nesta universidade, não me serve nenhuma outra”; “se não for para a pesquisa, eu desisto”; “se não tiver emprego em BH para mim essa profissão não presta”. Ter a mente mais flexível e se preparar para mais de uma carreira (pesquisa, controle de qualidade, gestão, produção, docência) e/ou ao menos duas áreas de atuação (bioquímica clínica e industrial por exemplo) facilita a se manter na profissão.

Generalizar 1 má experiência no mercado de trabalho ou acadêmico e ficar refém dessa generalização. Como aprendemos em estatística, ao menos 3 experiências no mercado de trabalho ou acadêmico deveriam ser necessárias para que você possa ter informações e experiência suficiente para tomar decisões.

Se deixar influenciar por visões negativas demais ou positivas demais sobre a profissão: Se por um lado as visões muito negativas te carregam diretamente para a desistência, por outro lado, as visões muito positivas podem te carregar para ilusões que depois podem resultar em frustrações. Tenha sua própria opinião, pesando as duas visões, conversando com muitos egressos. Como tudo na vida, a verdade não está nos extremos, mas no meio.

Putz, descobri que meu propósito de vida é outro! De repente o que era hobby e prazeroso passou a fazer mais sentido para você como propósito de vida do que a bioquímica. É normal e é consequência do autoconhecimento e da descoberta de oportunidades que não eram visíveis para você com 17/18 anos. Ter esse ponto de inflexão e tomar uma decisão a respeito pode ser difícil, mas libertador.

Putz, é a economia! Certa vez um economista renomado definiu que viver no Brasil é como viver em um relacionamento abusivo. Nossa economia não nos ajuda na colocação no mercado de trabalho ou acadêmico. Outras vezes a realidade econômica regional torna o quadro ainda mais difícil. Tome cuidado pra não culpar a profissão por um problema econômico nacional.

 

 
CLIQUE NAS SEÇÕES A SEGUIR PARA LER MAIS!
Bioquímica Brasil ©. Divulgando Bioquímica desde 2014!