Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe pra onde ir

por | ago 6, 2018

Fazendo uma retrospectiva de quando eu era pequena e ia trabalhar com a minha mãe, nas férias, lembro que eu achava o máximo. Lembro de ver várias mulheres vestidas com roupas elegantes, usando salto alto, bolsas bonitas e recebendo ligações o tempo todo: a vida delas parecia ter um sentido, elas pareciam ser mulheres importantes. Nessa época (no auge dos meus 10 anos), eu mal sabia o que elas realmente estavam fazendo, o quanto estavam sendo cobradas o tempo todo e que, às vezes, nem estavam realmente felizes por estar ali.

Quando paro para refletir sobre isso, sobre como eu queria ser uma daquelas pessoas, lembro que desde criança meus pais sempre conversavam comigo. Diziam que eu precisava fazer uma faculdade renomada para que as portas fossem abertas para mim, que depois da faculdade eu precisaria arrumar um emprego em uma empresa top, e que seguindo esses dois conselhos eu seria bem-sucedida e, consequentemente, feliz.

Hoje, eu estou no oitavo período da graduação de bioquímica e muitas vezes me pergunto: seguir os conselhos dos meus pais realmente me trará sucesso e felicidade? Confesso que depois de adulta, nada disso parece ser tão simples e lindo, como era para a Nathalia de 10 anos atrás.

A sensação que tenho é de que essa pressão de que temos que formar e arrumar um emprego em seguida, fica mais presente na vida nos instantes mais próximos da formatura. Além da pressão de ir bem nas últimas matérias, pensar e executar um ótimo TCC, também é preciso pensar onde vamos trabalhar? No que vamos trabalhar? Eu quero trabalhar com isso? Mas um bioquímico pode?

O jogo mudou completamente quando passei a conversar com pessoas formadas, de diversas áreas, mas principalmente, bioquímicos formados. Ter essa troca de experiências me foi extremamente enriquecedor e abriu a minha mente para carreiras que nunca imaginei existir ou muito menos atuar.

Então é essa a minha sugestão: conversem com as mais diversas pessoas que vocês conseguirem: pós-graduandos, egressos que foram pro mercado de trabalho, quem foi pra outra área, quem conseguiu um trabalho no exterior... e por ai vai. Não deixem para o último ano, vão se enriquecendo com as experiências das outras pessoas desde cedo, porque isso ajuda na hora de montar um plano de carreia com calma, depois de analisar tudo que você deseja e o que será necessário para alcançar. Essas ideias precisam de tempo e maturação em nossa mente, então quanto mais tempo, melhor.

Por experiência própria: isso pode mudar o seu mundo. Eu achava que só tinha a opção de seguir para o mestrado assim que acabasse a graduação, mas conversando, abrindo a minha mente e pesquisando, eu vi que existe uma imensidão de caminhos possíveis e o primeiro passo é saber onde quero chegar.

Até porque, “nenhum vento sopra a favor de quem não sabe pra onde ir” (Sêneca).

Nathalia Dutra
Presidente do Centro Acadêmico de Bioquímica da UFV
nath-dutra@hotmail.com

 

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O movimento Bioquímica Brasil foi fundado em 2014 por egressos e estudantes dos cursos de Bioquímica.

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