Ciência, Tecnologia e Inovação em tempos de crise

por | ago 22, 2018

Hoje vamos falar sobre um assunto sério que tem sido amplamente debatido nos últimos dias: a crise no sistema de ciência, tecnologia e inovação no país e o que esperar de seu desenvolvimento nos próximos anos.

Apenas 2 anos após a aprovação da Ementa Constitucional n° 95 ser aprovada (Teto de gastos públicos), as universidades públicas e órgãos de fomento de pesquisa públicos como CNPQ passaram a ter severas restrições financeiras. Recentemente, a CAPES anunciou um provável risco de suspensão das bolsas de pesquisa à partir de agosto de 2019 e em um relatório divulgado em janeiro deste ano, a agência expressa que “a destruição das universidades públicas no Brasil, (...) pode ser a destruição do conhecimento científico que o país produz”. Como disse Eítácio Marcário, membro do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior “a predominância absoluta das universidades públicas na produção de Ciência e Tecnologia (C&T) no Brasil deveria implicar em maior investimento no setor e não no corte de orçamento”.

Diante deste cenário, o que podemos esperar para o futuro? Uma saída interessante seria as universidades investirem em transferência de conhecimento cientifico, promovendo a inovação. Claro que um processo como esse não é nada simples de botar em prática, mas também não é impossível. Serei sucinta em alguns exemplos pontuados abaixo:

Quem não tem aquele amigo de IC que sua bolsa é financiada por uma empresa? Algo assim poderia ser mais estimulado dentro do mundo acadêmico, aquele famoso “uma mão lava a outra”. O laboratório desenvolve inovação que a empresa adapta para a escala industrial, gerando empregos, aplicando efetivamente na economia.

E se o laboratório não tem vínculos empresariais? O que acontecerá em 2019, se os subsídios da Capes forem realmente cortados? Bom, existem instrumentos recentes de apoio à pesquisa como a Finep (Financiadora de inovação e pesquisa) a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), ambas ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, que é uma saída para essa situação.

Se eu falasse na criação de uma bolsa de valores para tecnologia e inovação no hemisfério sul, quantos achariam que isso é coisa de outro mundo? Existe uma bolsa assim nos Estados Unidos, a NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations) que vem funcionando muito bem desde sua criação em 1971.

Onde quero chegar com essas colocações? Esse é um ponto de crise que a inovação e o empreendedorismo prometem ser não só uma “válvula de escape” para a pesquisa brasileira, mas sim uma reforma efetiva na situação do país. É uma nova solução, um impacto socioeconômico capaz de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Transferência de conhecimento científico, é essa a mensagem que quero passar para quem leu este texto.

Lavínia Martin
Membro do Centro Acadêmico de Bioquímica da UFV
lavinia.martin@ufv.br

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O movimento Bioquímica Brasil foi fundado em 2014 por egressos e estudantes dos cursos de Bioquímica.

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