Universidade, gerações e barreiras

por | abr 23, 2018

A universidade é muitas vezes lembrada como uma das melhores fases da vida de alguém. Lugar no qual tem-se contato com novas ideias, religiões, culturas, sotaques diferentes, além do crescimento pessoal, emocional e intelectual. Mas, muitas vezes ela não é lembrada assim. É lembrada como um lugar de cobrança, pressão, competitividade acirrada por míseras notas.

Dessa forma, a universidade se torna um lugar que, além de nos desgastar fisicamente, nos desgasta emocional e psicologicamente. Além disso, não podemos negar que o clima criado dentro das universidades potencializa esse sofrimento mental que vem se tornando tão comum e, a partir dele, problemas como ansiedade, procrastinação e fadiga mental vem surgindo em todos os envolvidos. E deixo bem claro que isso também inclui professores e técnicos.

Esse fenômeno entre os estudantes é frequentemente confundido com procrastinação e ócio, e está longe de ser restrito às instituições de ensino, sendo observado por todo o globo e em diferentes sociedades.

Porque na época dos nossos pais eles conseguiam fazer mil e uma coisa ao mesmo tempo, davam conta de todas as responsabilidades e hoje em dia quando temos que ler um artigo com mais de 10 páginas já reclamamos? Porque antigamente o “sonho brasileiro” era entrar na universidade e já saber que aquele momento seria um divisor de águas? Porque antigamente tudo parecia mais fácil sendo que os tempos eram outros e não existia tanta facilidade de comunicação como hoje?

Pois bem, gerações anteriores a nossa viviam em uma conjuntura política e tecnológica diferente da que vivemos em 2018, e isso é, definitivamente, um fator impactante nas respostas dessas perguntas. É preciso lembrar que os professores têm a idade dos nossos pais (ou mais), e, consequentemente, tem um mindset completamente diferente dos alunos sentados na cadeira. O que acaba gerando um embate de gerações relativamente próximas, mas tão diferentes.

Isso gera a maior parte dos conflitos entre alunos e professores, o que leva a uma bola de neve, pois os alunos se distanciam dos professores por achar que eles cobram demais e os professores se distanciam dos alunos por achar que eles produzem de menos.

A educação é uma troca e, nessa troca, os professores têm sim maior conhecimento técnico e experiência e por isso estão na posição de ensinar. Contudo, os alunos têm maior dinamismo na comunicação e uma maior facilidade de interagir com as informações e tecnologias do que os professores. A sinergia dessas qualidades e a diminuição das diferenças é a única saída para sanar esse embate tão prejudicial.

Da mesma forma, os alunos devem compreender que a geração atual pode melhorar muito a sua própria falta de interesse e engajamento, uma vez que possui claramente muita dificuldade em convergir ideias e adotar posturas objetivas e pragmáticas necessárias para as mudanças que desejam realizar no mundo. Talvez seja pelo fato de sermos bombardeados de informação a toda hora, mas não podemos deixar que isso seja maior do que a nossa de lutar pelo que queremos.

É importante dizer que tanto os alunos quanto os professores têm responsabilidade no processo. É uma mistura das coisas citadas acima, e cabe a cada um de nós (tanto alunos quanto professores) pensarmos e refletirmos onde e quando podemos ser melhores como recurso humano. Tanto os formados como os em formação.

Nathalia Dutra
Presidente do Centro Acadêmico de Bioquímica na UFV
nath-dutra@hotmail.com

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O movimento Bioquímica Brasil foi fundado em 2014 por egressos e estudantes dos cursos de Bioquímica.

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