Produção e Processos Bioindustriais: O Bioquímico em Biorrefinarias de Etanol 2G

por | dez 17, 2014

O Lucas Fonseca, Bioquímico pela UFV (2006-2010), atualmente é técnico sênior na empresa multinacional finlandesa de pesquisa VTT e está envolvido na produção de etanol 2G
- (Bioquímica Brasil) Lucas, você poderia nos contar um pouco de sua trajetória acadêmica e profissional? 
(Lucas) Realizei estágio no Laboratório de Parasitologia do professor Mafra. Fiquei lá durante 1 ano me dedicando bastante a biologia molecular, principalmente análises de diferentes primers. Antes de vir aqui para a VTT trabalhei na área de diagnóstico molecular, realizando exames de bioquímica, urianálise e parasitologia. Por esse motivo resolvi fazer uma pós-graduação em análises clínicas, para poder me inteirar melhor sobre o assunto. Durante esse período também trabalhei como responsável técnico em uma empresa de Fraldas na região do Vale do Aço. Minha função era garantir a segurança do trabalhador e permitir que a industria funcionasse de acordo com as normas da ANVISA, do Corpo de Bombeiros, etc.
- Como você aplica os conhecimentos adquiridos no curso no seu dia a diade trabalho? Poderia nos citar alguns exemplos?
Trabalho com fermentação, biologia molecular (desenvolvimento de OGM), análise HPLC, Análise de proteínas, realizo diversas atividades enzimáticas. Crescimento de Bactéria, Fungo e Levedura. Também faz parte do meu trabalho testes de hidrólise enzimática. 
 - O que te fez abrir os olhos para esta área de atuação e não seguir a carreira acadêmica?
Não seguir carreira acadêmica foi uma opção. Acredito que a motivação é fundamental em que tudo que você vá fazer, eu definitivamente queria conhecer algo fora da vida acadêmica.
- Como surgiu esta oportunidade de emprego para você? Você fez estagio nessa área antes, enviou email diretamente para eles, contou com algum recrutador ou indicação de professores/amigos?
Desde que formei, entrei em contato com o máximo de pessoas que eu conhecia e que trabalha próximo da minha área de formação. Após um e meio, um amigo meu (químico) deixou meu currículo na atual empresa e eles entraram em contato. Fizemos uma entrevista via Skype e me convidaram para conhecer o lugar.
- Quais as diferenças que você percebe entre os objetivos e ambiente de trabalho na indústria em relação aos da universidade?
O projeto que estamos envolvidos tem parcerias com diversas universidades, e em geral a parte que é destinada a elas demora muito mais tempo que o previsto para retornar. A explicação mais simples é que aqui na empresa estamos envolvidos no projeto 24 horas, todos com o mesmo propósito, sempre trocando idéias para buscar soluções, e claro, querendo fazer dinheiro. Na universidade, o estudante além de fazer a pesquisa, ele precisa usar grande parte do seu tempo para estudar para prova, fazer o trabalho de conclusão de curso, etc. Assim, todo o processo é mais lento na universidade até porque a proposta principal da universidade não é fazer dinheiro, e sim gerar bons pesquisadores.
- Quais habilidades não técnicas você acha que o bioquímico deve desenvolver para trabalhar no P&D industrial?
Para coordenar um projeto de pesquisa, é muito importante entender como o mercado funciona, saber como sua pesquisa pode ser usada pela indústria e principalmente ter em mente a noção de custo de produção da indústria e o impacto que pode causar na alteração de qualquer fator. Vale a pena mencionar que o inglês fluente é fundamental.
- Você acha que seja necessário alguma alteração na grade de disciplinas para a atuação na área industrial?
Na verdade não, o que falta para o curso é parceria com a indústria, mostrar que temos profissionais capacitados. Quando formamos sempre saímos com a sensação de não saber nada, mas quando a oportunidade nos é dada, para mim fica claro que o conhecimento de pesquisa que temos está muito a frente de outras áreas.
- Quais as vantagens da formação em Bioquímica que você percebe como determinantes para a indústria? E quais seriam as desvantagens?
Vantagens: Conhecimento técnico avançado em relação as demais áreas, a capacidade de procurar soluções de maneira diferente.
Desvantagens: Falta de conhecimento em escalação industrial (mas acredito que isso só é conseguido quando se está trabalhando na área).

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O movimento Bioquímica Brasil foi fundado em 2014 por egressos e estudantes dos cursos de Bioquímica.

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