Vacina e seu legado

por | abr 15, 2020

           A vacinação é uma das maiores conquistas da humanidade, sendo o meio mais seguro e eficaz de prevenir doenças infectocontagiosas. Ela estimula a defesa do corpo contra os microrganismos (vírus e bactérias), o qual provocam doenças. Quando uma pessoa é vacinada, seu corpo detecta a substância da vacina e produz uma defesa, que são os chamados anticorpos, mas é importante também saber que a vacina demora algum tempo para fazer efeito e, por isso, se a pessoa for infetada pouco tempo depois de tomá-la, ela pode não ser eficaz. Em alguns casos, a memória imunológica dura à vida toda, no entanto, em outros, é necessário exercer um reforço da vacina, para que algumas doenças preveníveis por vacinação possam ser erradicadas por completo, não causando mais a referida patologia.

As primeiras vacinas foram descobertas há mais de duzentos anos pelo cientista Edward Jenner. Atualmente, as vacinas são resultado de pesquisas intensivas, constituindo os mais modernos e sofisticados imunobiológicos. Por isso, existem várias formulações diferentes de vacinas. Em primeiro lugar é preciso identificar o agente causador da doença que se quer combater. A vacina também pode ser produzida a partir de componentes de um microorganismo - morto ou atenuado. No caso da poliomielite, por exemplo, o agente causador é isolado e trabalhado em laboratório até que se consiga uma cepa atenuada do vírus. Ela não tem o mesmo poder de infecção e é suficiente para induzir uma proteção no hospedeiro. Mas nem sempre o microorganismo em si é responsável por provocar a doença. Às vezes, a causa é uma substância tóxica que ele produz então a vacina precisa neutralizar essa toxina. Em outros casos, o problema não é o vírus ou a bactéria, mas a quantidade dele no interior do hospedeiro, dessa forma, é necessária controlar sua multiplicação. Vale também ressalta que alguns vírus, como o HIV, possuem mecanismos de escape do sistema imunológico muito eficiente, tornando o trabalho de produção de vacina muito mais difícil.

O instrumento da vacina é essencial à vida e, dessa forma, sua campanha é uma ação pública - ministrada pelos governantes municipais ou estaduais. Muitas vezes, a divulgação não chega a todos. Por isso, é importante acompanhar jornais locais e informativos da Prefeitura – como o site oficial, onde pode ser encontrado o calendário de vacinação. Ir aos postos de vacinação mais perto das residências, com certa frequência, também é uma forma de acompanhar a campanha. Algumas vacinas estão sempre disponíveis, e não possuem períodos especiais no calendário de vacinação. Essas vacinas, geralmente, estão relacionadas à idade do paciente. Para isso, é importante consultar um profissional do posto de vacinação para ter mais informações.

A cada nova doença surgida no mundo, os pesquisadores trabalham para desenvolver uma nova vacina, como, por exemplo, o caso do Covid-19 onde pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) estão desenvolvendo uma vacina contra o novo coronavírus, o Sars-CoV-2. Por meio de diferentes estratégias adotadas por indústrias farmacêuticas e grupos de pesquisa em diversos países, os cientistas brasileiros esperam acelerar o desenvolvimento e conseguir chegar, nos próximos meses, a uma candidata contra o coronavírus que possa ser testada em animais.

“Acreditamos que a estratégia que estamos empregando para participar desse esforço mundial para desenvolver uma candidata a vacina contra a Covid-19 [doença causada pelo novo coronavírus] é muito promissora e poderá induzir uma resposta imunológica melhor do que a de outras propostas que têm surgido, baseadas fundamentalmente em vacinas de mRNA”, disse à Agência Fapesp, Jorge Kalil, diretor do Laboratório de Imunologia do Incor e coordenador do projeto, apoiado pela Fapesp. Utilizada no desenvolvimento da primeira vacina experimental contra o Sars-CoV-2, anunciada no fim de fevereiro nos Estados Unidos, a plataforma tecnológica de mRNA se baseia em moléculas sintéticas de RNA mensageiro (mRNA) – que contêm as instruções para produção de alguma proteína reconhecível pelo sistema imunológico. A ideia é que a defesa do organismo reconheça essas proteínas artificiais para posteriormente identificar e combater o coronavírus real.

A plataforma que será utilizada pelos pesquisadores do Incor é fundamentada no uso de partículas semelhantes ao vírus (VLPs, na sigla em inglês de virus like particles). As VLPs possuem características semelhantes às de um vírus e, por isso, são facilmente reconhecidas pelas células do sistema imune. Porém, não tem material genético do agente infeccioso, o que impossibilita a replicação. Assim, são seguras para o desenvolvimento de vacinas.

Percebe-se, dessa forma, que a vacinação é um instrumento indispensável na existência da humanidade,o qual independe da idade, para que se possa prevenir das mais diversas patologias ao redor do mundo!

 

Referências

https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/hospital/especialidades/centro-imunizacoes/Paginas/saiba-mais-vacinacao.aspx

https://novaescola.org.br/conteudo/1091/como-funcionam-as-vacinas-e-como-sao-produzidas

https://saude.abril.com.br/medicina/vacina-contra-novo-coronavirus/

https://ibapcursos.com.br/tudo-sobre-vacinas-o-que-sao-quais-os-tipos-e-como-sao-feitas/

https://www.tuasaude.com/tudo-sobre-vacinas/

 

Autor: Raryanna Alcoforado Teixeira, membro do Centro Acadêmico de Bioquímica da Universidade Federal de Viçosa.

e-mail: raryalcoforado@gmail.com

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