Uso do carvão no combate dos radicais livres

por | maio 27, 2019

Os radicais livres são conhecidos como espécies reativas de oxigênio (ROS). São substâncias residuais produzidas pelas células desde a digestão dos alimentos até a resposta ao ambiente. Se o corpo não puder processar e remover radicais livres eficientemente, pode ocorrer estresse oxidativo prejudicando as células e as funções do organismo. Fatores que aumentam a produção de radicais livres no organismo podem ser internos, como inflamações ou externos, por exemplo, poluição, exposição aos raios UV, cigarro, etc.

O estresse oxidativo tem sido associado a doenças cardíacas, câncer, artrite, acidente vascular cerebral, doenças respiratórias, imunodeficiência, enfisema, doença de Parkinson e outras condições inflamatórias ou isquêmicas. Os antioxidantes ajudam a neutralizar os radicais livres em nossos corpos estimulando a saúde de maneira geral.

Cientistas da Universidade Rice, em Houston, Texas, Centro de Ciências da Saúde A&M do Texas e da Escola Médica McGovern, no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, desenvolveram um antioxidante derivado de “pontos quânticos de grafeno” (GQDs) que é extraído do carvão comum. Esses pontos quânticos são pequenas partículas semicondutoras manipuláveis.

Um estudo anterior desta equipe mostrou que os GQDs modificados com polietilenoglicol (PEG) melhoram sua solubilidade e estabilidade biológica promovendo uma supressão do estresse oxidativo, uma vez que uma única nanopartícula é capaz de neutralizar milhares de moléculas de ROS.

Figura 1: Síntese de GQDs e PEG-GQDs a partir de fontes de carvão.

O recente estudo dessa equipe de cientistas mostra que GQDs com determinadas modificações possuem efeitos similares ao da superóxido dismutase (SOD) do próprio corpo, uma das muitas enzimas naturais que mantêm o estresse oxidativo sob controle. Em células vivas retiradas de roedores foram testadas diferentes concentrações de GQDs reduzindo a atividade dos radicais livres (ROS), além de apresentarem efeito positivo 15 minutos após a adição de compostos que induzem o estresse oxidativo.

Embora ainda sejam necessárias mais pesquisas sobre a terapia antioxidante, o uso das PEG-GQDs é uma aposta extremamente benéfica para desenvolvimento de terapias mais acessíveis, visto que o uso dessas nanopartículas derivadas do carvão são muito mais baratas para produzir que as atualmente utilizadas.

 

Sugestões de leitura:

Artigo

- https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acsami.9b01082

Reportagens relacionadas

- https://www.medicalnewstoday.com/articles/325104.php

- https://phys.org/news/2019-04-scientists-coal-derived-dots-effective-antioxidant.html

 

João Pedro Vianna Braga – Membro do Centro Acadêmico de Bioquímica UFV

joaopvbraga07@gmail.com

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