O Bioquímico no Instituto de Pesquisa e Perícias Genéticas e Forenses

por | nov 26, 2014

Alípio Rocha, Bioquímico pela UFV, turma de 2005, Perito no Instituto de Pesquisa e Perícias Genéticas e Forenses (IPPGF) , órgão do estado do Rio de Janeiro.
- (Bioquímica Brasil) Alípio, você poderia nos contar um pouco mais sobre sua trajetória científica?
(Alípio) Meu primeiro estágio foi no terceiro período em morfologia, com o professor Clóvis Neves. Depois de um ano mudei de área. Passei a trabalhar com virologia molecular no laboratório do Professor Sérgio de Paula, onde tive contato e aprendi muito de biologia molecular e imunologia. Passei no concurso para perícia em genética forense cerca de um ano e meio após me formar. A carga de trabalho na perícia e a natureza de Instituto de Pesquisa do meu local de trabalho me permitiram continuar meus estudos. Atualmente estou finalizando meu mestrado no programa de Biociências da UERJ.
- Como você aplica os conhecimentos da bioquímica no IPPGF ? Já ajudou a identificar alguma vitima de crimes que chocaram a sociedade?
A perícia em genética forense me exige o emprego constante dos conhecimentos de biologia molecular e genética. Uma vez que lidamos com amostras de natureza complexa e adversa, tenho de lançar mão do conhecimento que obtive na graduação para ajustar protocolos com o propósito de melhorar e até mesmo conseguir os perfis genéticos.
A política do IPPGF é tratar todos os casos com a mesma importância. Sempre usamos todos os recursos disponíveis para concluirmos os laudos de forma conclusiva. No entanto casos de repercussão exigem uma resposta mais rápida, da parte das autoridades e até mesmo da sociedade. Nesses casos, o trabalho é feito em equipe para dar celeridade ao processo. Dessa forma, já trabalhei de forma direta e indireta em casos famosos como do pedreiro Amarildo, desastre da região serrana do Rio de Janeiro e mais recentemente na identificação de Jandira, morta ao realizar um aborto em uma clínica clandestina.
- Você pensa que alguma alteração na grade de disciplinas, poderia favorecer a atuação do Bioquímico na área de perícia?
Acho que não há a necessidade de alteração na grade de disciplinas obrigatórias. No entanto, quem desejar seguir para a área de genética forense deve cursar a disciplina de genética de populações.
- Obviamente, por estar em órgão publico, você foi concursado. Então a velha pergunta retorna: O edital pedia bioquímico? Se não pedia, foi tranquilo ser aceito, teve algum problema?
Foi um dos primeiros concursos a pedir formação em bioquímica. Com a adoção do termo "formação", foram aceitos candidatos com especialização reconhecida por conselhos regionais, mestres e doutores na área de bioquímica. Neste caso, a comprovação da aptidão para o cargo foi pedida.
- Acerca do registro no CRQ para tomar posse em cargo publico em outro estado que não MG, como você fez? O bioquímico Já é aceito nos CRQ’s de outros estados ou ainda precisa pedir primeiro obtenção do CRQ de MG (CRQ-PR para o pessoal da UEM-Maringá), para depois pedir transferência para o estado que pediu o concurso?
Este e outros concursos exigem inscrição em conselho. Os CRQs já reconhecem o curso de Bacharelado em Bioquímica e já o tem em seu banco de dados. Meu pedido de inscrição no CRQ Rio foi realizado sem nenhuma complicação ou entrave.
Nota do editor: O fato da Bioquímica já estar no banco de dados do CRQ permite que o Bioquímico possa se inscrever em qualquer local do país. Anteriormente, o bioquímico deveria pedir inscrição apenas no CRQ-MG e pedir sua transferência para outros estados. Agora pode pedir diretamente em qualquer estado.
- Com relação a sua experiência, que conselho daria aos futuros Bioquímicos?
Digo que a bioquímica vai muito além do meio acadêmico. Pelo que vivencio na perícia, posso afirmar categoricamente que o Bacharelado em Bioquímica prepara de forma bem ampla o profissional para trabalhar em diversos ramos da perícia. A natureza multidisciplinar da grade com disciplinas de física, cálculo e química nos dão embasamento para atuar desde locais de crimes, passando por balística, entorpecentes, análises bioquímicas até a genética forense. Só é preciso foco e empenho dos estudantes. Sou muito agradecido ao curso e posso dizer que só estou no cargo de perito legista em genética forense graças à qualidade do Bacharelado em Bioquímica da UFV.

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O movimento Bioquímica Brasil foi fundado em 2014 por egressos e estudantes dos cursos de Bioquímica.

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